Centro Municipal de Cultura leva vivacidade ao Centro de Uberlândia
O Centro Municipal de Cultura (CMC) foi inaugurado pouquíssimo tempo antes da pandemia. O espaço que abrigava o Fórum de Uberlândia passara, naquele 19 de fevereiro de 2020, a abrigar o que há de mais rico na cultura da cidade. E mais. Na época, a secretária Mônica Debs, falava de como imaginava este lugar ocupado pelo povo.
A atual Secretaria de Cultura e Turismo de Uberlândia segue com Mônica Debs à frente e no último final de semana o que ela vislumbrava começou a tomar forma. Nos dias 1º e 2 de abril o CMC recebeu a 1ª edição do ano da Feira de Cultura.
Uma convergência das artes com diferentes culturas. Exposições diversas, artesanato, apresentações musicais e de dança em um espaço em que as crianças são acolhidas num playground que nunca fica vazio.
Do tear a quadros produzidos com a mais sensível das tecnologias, passando por bonecas de pano, plantas, prato de cerâmica, tapeçaria e o melhor da culinária mineira, tinha de tudo um pouco ali.
Com entrada franca, nesses dias o CMC recebeu também a segunda edição do Sintonia Cultural, com duas sessões com ingressos esgotados para ver “Gandhi: A ética inspiradora”, com o ator João Signorelli. Para quem queria se aprofundar mais na cultura indiana não faltaram opções, desde oficina de mantras a técnicas de respiração e meditação.
E o centro da cidade de Uberlândia, entre 17h e 22h da sexta e do sábado não estava tomado por pessoas apressadas, centenas de carros indo e vindo e a quela correria louca do dia a dia. E é isso que esse espaço deve oferecer aos uberlandenses cada vez mais.
Exposições permanentes e temporárias em diferentes espaços estão à disposição para visitação. Conheça um pouco mais sobre o CMC de Uberlândia e fique ligado na agenda. Segundo a secretária Mônica Debs, neste ano ainda teremos mais três feiras, em julho, outubro e dezembro, além de outros eventos.
HOMENAGENS A REPRESENTANETS DA ARTE LOCAL
O Centro Municipal de Cultura (CMC), está na praça Jacy de Assis. É um espaço multifuncional que integra – além da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e suas salas – a Biblioteca Municipal Juscelino Kubitschek , sala de ensaio (Casa da Banda), teatro de bolso (Cine Teatro Nininha Rocha), galeria de arte (Iolanda Lima Freitas) e uma área destinada à realização de eventos diversos, a Esplanada Pena Branca e Xavantinho, que abrigou a 1ª Feira Cultural de Uberlândia deste ano.
O prédio era a sede do Fórum de Uberlândia e foi cedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ao município por meio de um convênio assinado em 2018. Projetado pelos arquitetos mineiros Roberto Pinto Monata e José Carlos Laender de Castro, foi inaugurado em 1977, seguindo os princípios básicos da arquitetura brutalista, vista no Museu da Arte de São Paulo (Masp) e o Museu da Arte Moderna (Rio de Janeiro).
ESPAÇO INFANTO-JUVENIL VOVÓ CAXIMBÓ
Espaço da Biblioteca Pública Municipal criado para atender às crianças e jovens com acervo específica para o público infanto-juvenil. O espaço foi nomeado em homenagem à atriz, escritora e contadora de história Maria Inês Mendonça, a Vovó Caximbó, fundadora do Grupo Faz de Conta. Ela faleceu em 9 de julho de 2015 e as sementes que plantou germinaram e agora são sementes também.
GALERIA DE ARTE IOLANDA LIMA FREITAS
Galeria de arte localizada na entrada do Teatro Nininha Rocha, no primeiro andar do Centro Municipal de Cultura homenageia a professora Iolanda de Lima Freitas (1932-2017), primeira Secretária de Cultura de Uberlândia.
MEMORIAL AFRO CAPITÃO CHARQUEADA
Integrante mais antigo do Congado de Uberlândia, Geraldo Miguel, o seu Charqueada, nascido em 1º de janeiro de 1901, em Cruzeiro da Fortaleza, foi filho de escravos, criado na senzala, até conquistar a liberdade. Pegou o terno com 90 anos. O nome Pena Branca foi dado em 1959, pela dupla de cantores de música sertaneja Pena Branca e Xavantinho. Capitão Charqueada teve uma parada cardíaca e faleceu aos 106 anos.
ESPLANADA PENA BRANCA E XAVANTINHO
A área externa do Centro Municipal de Cultura que abriga feiras gastronômicas, feiras de artesanato e apresentações artísticas das diversas linguagens recebeu o nome da dupla caipira mais querida da região: Pena Branca e Xavantinho. Os irmãos José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca (nascido em Igarapava, SP em 1947) e Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho (nascido em Uberlândia em 1934) foram criados na zona rural de Uberlândia (MG), começaram a tocar juntos na infância. A dupla ganhou cinco prêmios Sharp ao longo da carreira e encerrou sua carreira em outubro de 1999 com a morte de Xavantinho aos 66 anos. Pena Branca continuou em carreira solo, mas veio a falecer em 8 de fevereiro de 2010, aos 70 anos, vítima de infarto.
CINE TEATRO NININHA ROCHA
A antiga sala do júri foi transformada em um grande teatro com palco italiano com capacidade de 109 lugares e recebe espetáculos de pequeno e médio porte. O nome é uma homenagem à pianista Maria Constança da Rocha, a Nininha Rocha (1933-2018). A artista começou a tocar ainda criança e tinha orgulho de contar sobre quando, aos 6 anos, se apresentou para o ex-presidente Getúlio Vargas. Sua formação musical foi na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Excursionou pelas principais cidades brasileiras e viajou pelo mundo com sua música: Japão, Espanha, Portugal e Alemanha (onde morou por quatro anos e fez mestrado em Harmonia). Também deixou sua marca na literatura e deixou oito livros publicados. Sua trajetória está muito bem contada no documentário “A condessa dos pés descalços” (Digiteca Filmes, 2016), produzido e idealizado por Dyego Póvoa com e roteiro e direção de Marcelo Banzai e contribuição do músico e advogado Calvino.