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Canto Azul

Canto Azul aposta no som autoral em Uberlândia

Paulo Lacerda, da one man band uberlandense Canto Azul (Divulgação)

Eu gosto do canto das baleias. Elas se comunicam entre si com um som que é basicamente uma nota musical. É o canto das baleias, o canto azul.

Paulo Lacerda já montou duas bandas em Uberlândia, participou de uma outra e tem orgulho de todos esses projetos. Mas chegou uma hora em que percebeu que perseguir um sonho demandaria muito mais dele do que de qualquer outra pessoa. Assim nasceu o Canto Azul, seu projeto solo que lançou o primeiro álbum, “Memórias”, uma viagem pop, nas plataformas digitais em dezembro de 2020, praticamente um ano depois do previsto.

Nos outros projetos ele percebeu que seu sonho ficou muito dependente de outras pessoas. “São poderes muito significativos, se um membro da banda não levar a sério não tem como ir pra frente, mesmo que o resto do conjunto esteja comprometido. Não é um sonho pra qualquer pessoa, é uma carreira cheia de sacrifícios e investimentos a longo prazo ou você entra como hobby o que é válido também, ou pra fazer disso ser sua profissão. Em 2014 eu entrei na música pra nunca sair, nunca desistir e o solo me permite trazer toda essa responsabilidade só pra mim, no meu tempo”, explicou em entrevista ao Uberground.

Em uma de suas composições ele fala sobre “colocar a felicidade em primeiro lugar”, o que por si só já é algo bem complexo, principalmente para o artista independente. “Felizmente, ou infelizmente, eu sempre fui uma pessoa que pensa muito antes de fazer, eu entrei nessa carreira sabendo e pensando em todos os riscos, chateações, frustações e por aí vai, o que eu sempre botei na minha cabeça foi basicamente o que digo na faixa ‘Como é Crescer?’: ‘Não se compare, não se abale, viva sua história, se você não tá prejudicando ninguém, bom, os outros que cuidem de suas vidas”, comentou.

A partir daí Paulo Lacerda traçou um percurso em que qualquer cobrança ou pressão só pudesse partir dele e o Canto Azul virou uma realidade. “Eu tenho o privilégio de poder sonhar, muitas pessoas não têm essa opção por virem de condições sociais muito mais difíceis, o que me dá uma responsabilidade maior de ir cada vez mais atrás disso”.

“Memórias” foi e tem sido um trabalho impactado por um cenário de pandemia, praticamente saiu de um quarto para ganhar as plataformas. O lançamento estava previsto para março de 2020 e hoje já teria seu sucessor. Mas ultimamente tudo é mutável. O primeiro single, “Voe”, foi lançado há dois anos, seguido por “Como é crescer?”, em agosto de 2019. Músicas acústicas também foram lançadas para movimentar as redes sociais, principal forma de comunicação do artista com seu público.

Produção à distância

Canto Azul pode ser considerado o projeto de um homem só (one man band) mas o álbum “Memórias” teve contribuições valiosas para Paulo Lacerda, responsável pelas composições, vozes, teclados e letras. Para baixo e violão ele chamou Thata Rodrigues, que considera uma das melhores musicistas em atividade em Uberlândia. “Apenas dei uma direção do que eu queria e ela ficou totalmente livre, do jeito que ela gosta de atuar e por fim fez um trabalho maravilhoso, me inspiro demais nela”, elogia.

A produção, gravação, mixagem, masterização e baterias ficaram sob a responsabilidade do produtor Lucas Antunes, do estúdio Revolutionair Records, atuante em Uberlândia desde 2014. “Eu tive a ‘sorte’ de ter finalizado a composição do álbum bem antes da pandemia. A Thata gravou na casa dela em novembro. Eu terminei o que faltava do álbum com o Lucas que além de meu amigo, com quem trabalho desde 2014, é, pra mim, um dos produtores mais completos que conheço”, recorda Paulo, que reforça que todos os protocolos de segurança foram cumpridos nessa finalização.

Experiências compartilhadas

Capa de “Memórias” traz uma imagem de Paulo Lacerda criança (Divulgação)

“Memórias” traz dez canções com tom autobiográfico. “São fatos da minha vida, mas que eu transcrevi de uma forma aberta pra que todos pudessem se identificar e não foi algo planejado, eu simplesmente vi que as canções tinham um tema em comum, então eu foquei nisso e dei essa atmosfera pro trabalho”.

Dentro dessa paixão pela música, Canto Azul assume ser bastante ambicioso e usa todas as ferramentas que tem para divulgar seu trabalho nas redes sociais. às vezes ele precisa parar para analisar o quão significativo é o que já conquistou em um cenário autoral. “Mais de 20 mil reproduções no Spotify, videoclipe com quase quatro mil visualizações e por aí vai, o Paulo de 2014 piraria com isso, só que ainda é uma realidade que não reverte no que eu almejo, que é simplesmente viver do meu som, fazendo o que eu amo. E todos esses espaços foram conquistados em um mix de passar horas por dia divulgando o meu som sem parar nas redes sociais de todas as maneiras que você imaginar e também dessa galera sensacional que me conhece através dessa minha divulgação e depois divulgam também”.

Em movimento

“Memórias” está disponível nas plataformas digitais. Você pode conferir um pouco mais sobre a Canto Azul por redes sociais como Instagram e YouTube. Quem se inscreve recebe as novidades primeiro. Em tempo, Paulo Lacerda já começou a trabalhar no primeiro single do seu segundo álbum. “Espero dessa vez conseguir seguir a minha programação mental, lançar apenas dois singles antes, conseguir gravar meu primeiro videoclipe profissional, continuar divulgando todos os dias e investir cada vez mais para chegar ao maior número de pessoas possível, espalhando o som autoral nacional”, finaliza o artista.

MEMÓRIAS – TRACKLIST

  • 1. Deserto
  • 2. Vocês
  • 3. Dia a dia
  • 4. Batalha de Egos
  • 5. Paredes
  • 6. Como é crescer?
  • 7. Pra senhora
  • 8. Voe
  • 9. Voz 185
  • 10. Memórias

Clique aqui pra ouvir no Spotify.

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