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Saiba como foi a primeira edição do ‘ComSertão Mineiro’ em Uberlândia

Junte duas coisas nas quais os mineiros são bons: prosa e música. A fusão dessas paixões gerou o espetáculo “ComSertão Mineiro”, cuja primeira edição emocionou cerca de 1.200 pessoas na noite de domingo (10), no espaço Acrópole, em Uberlândia.

Idealizado por Tarcísio Manuvéi, o evento vai além de tocar clássicos da música mineira. Em cada canção, a história do compositor é compartilhada com o público, valorizando a obra antes de sua execução pela orquestra Viola das Gerais. “Há composições com mais de 60 regravações diferentes, e muita gente não conhece o autor. Nossa proposta é justamente valorizar esses compositores e o legado que deixaram para a nossa cultura”, disse Manuvéi.

Durante o espetáculo, a plateia demonstrou seu entusiasmo, reconhecendo e aplaudindo cada canção. Em diversos momentos, o público cantava junto e acompanhava os músicos com palmas. “Para nós, é uma honra tocar em casa, para vocês. Viajamos por todo o Brasil e pelo mundo levando essa tradição da viola caipira, e ver esse lugar cheio hoje enche nosso coração de alegria”, afirmou o violeiro Luiz Mazza.

Vindo de São Paulo especialmente para o “ComSertão Mineiro”, o violeiro e também livreiro Gerson Curió destacou a importância do evento. “A valorização do compositor é essencial, pois a música caipira se fundamenta nesses mestres, alguns centenários. Com uma produção bem-feita e de qualidade técnica, temos certeza de que quem ainda não se encantou pela viola caipira, vai se encantar”, comentou Curió. Ele se juntou à orquestra na interpretação de “Canta, moçada”, de Nonô Basílio (1940-1997), natural da cidade de Formiga.

Natural de São Gotardo e residente em Uberlândia há 13 anos, o violeiro Márcio Pimenta participou da interpretação de uma canção mais contemporânea, “Fácil”, da banda Jota Quest. “Achei genial o nome ‘ComSertão Mineiro’ e acredito que esse espetáculo mostra a versatilidade da viola caipira em vários estilos, o que é fascinante”, disse Pimenta.

A Orquestra Viola das Gerais contou com os violeiros Tarcísio Manuvéi, Luiz Mazza, Bruno Takashy, Felipe Resende, Erick Viola, Carlos Eduardo e Marco Tullyo, além das violeiras Ana Eliza, Larissa e Helena. O show especial teve a participação de Odelmo Andrade no violão, Paulo Cezar no contrabaixo acústico e Cícerus Cajuzinho na bateria.

O espetáculo contou ainda com as apresentações dos grupos de catira Raízes do Sertão e Solas de Ouro e dos alunos da oficina gratuita de viola caipira, que se juntaram à orquestra para duas canções. Um dos momentos de maior emoção, que sensibilizou muito a plateia, foi a execução do “Hino de Reis”, do compositor ituiutabano conhecido como Criolo, falecido em 2013.

Patrocinado pela Cemig e com incentivo do Governo de Minas, o evento teve entrada solidária: cada espectador levou 1 litro de leite longa vida, doado ao projeto Mesa Brasil, do Sesc. O “ComSertão Mineiro” foi registrado pela TV Integração, parceira do evento, e sua exibição será divulgada em breve.

Foto da capa: Adreana Oliveira

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