Uberground

Ela é mineira, de Araguari, sem muito porto, viaja pelo país fixando breves residências onde pode desenvolver seu trabalho artístico. Ele é baiano, radicado no Rio de Janeiro.  Ambos são praticantes do Candomblé. Esse é apenas um dos pontos em comum entre Juliana Iyafëmì, atriz e dançarina, e o músico e produtor Moreno Veloso.

Eles começaram a trabalhar juntos durante a pandemia. Na última sexta-feira (15), se encontraram pela segunda vez pessoalmente, em Uberlândia, onde participam da 29ª edição do Festival de Dança do Triângulo (leia mais abaixo) com o espetáculo “Qual é o Seu Nome?”, que será apresentado na noite deste domingo (16), no Teatro Municipal de Uberlândia, a partir das 19h.

Em entrevista a esta jornalista e ao diretor artístico e locutor da rádio Universitária FM, Edinho Borges, os artistas falaram sobre esse encontro.

“Pra mim é muito bom estar no festival, contar com o apoio também das pessoas que virão da minha cidade natal para ver esse nosso trabalho que fala da cultura afro-brasileira, de ancestralidade, da importância dessa cultura na nossa sociedade”, disse Juliana, que contou com orientação de Vera Passos neste trabalho.

Moreno fez a trilha sonora do espetáculo sozinho e está animado porque nessa noite terá mais dois musicistas com ele no palco, entre eles o violoncelista e professor de Música da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Kayami Satomi.

“O espetáculo se chamava ‘Ventos de Cura’ e quando a Juliana ouviu essa parte cantada da música, na qual pergunto ‘qual é o seu nome?’ ela decidiu mudar porque é uma pergunta essencial dentro das culturas de matriz africana”, comentou Moreno.

A expectativa para estar no Municipal é grande. Moreno é afilhado de Gal Costa (1945-2022) e aquele palco foi um dos últimos em que ela se apresentou.  Em entrevista a esta repórter, também veiculada no Informativo JU, da TV UNiversitária de Uberlândia, Moreno comentou sobre como foi crescer ao lado de artistas tão inspiradores como seu pai, Caetano Veloso, a madrinha Gal, Gilberto Gil, entre outros.

“Ah, eu estou morrendo de saudades da minha madrinha… e ela, meu pai, essas pessoas que o destino colocou na minha vida também são meus heróis, meus ídolos. Sou muito grato por fazer parte dessa família e sempre digo isso a eles. Esses dias mesmo abracei o Milton Nascimento e disse ‘não acredito que você existe’”.

Leia mais sobre o espetáculo aqui.

Grupo de Artes Comboio

“Qual é o seu Nome?” é apresentada pela Comboio Produções, uma produtora cultural brasileira, com uma perspectiva afro-centrada, fundada em 2012 por Juliana Juliana Iyafëmì, convidada para o Festival de Dança do Triângulo. O foco principal da produtora é a produção de festivais e projetos culturais que englobam diversas linguagens artísticas integradas. Além disso, foi criada com o objetivo de profissionalizar e ampliar o acesso jurídico aos trabalhos da artista Juliana Lopes Nascimento (Juliana Iyafëmì), que atua nas áreas de Teatro, Cinema e Dança. A partir da aprovação de editais, a produtora Comboio organiza suas equipes de trabalho. Elaiana Lopes, co-fundadora, desempenha um papel central na administração e contabilidade, enquanto Juliana é responsável pela produção geral.

SERVIÇO

O QUE: Espetáculo de dança “Qual é o seu nome?”
QUEM: Juliana Iyafëmì e Moreno Veloso 
QUANDO: domingo (16)
HORÁRIO: 19h
DURAÇÃO: 20 min
ENTRADA FRANCA
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O FESTIVAL: @festivaldedancadotriangulo

Produção do Festival de Dança do Triângulo está com a APDU

Até terça-feira (18), os uberlandenses podem conferir as atrações da 29ª edição do Festival de Dança do Triângulo. Iniciado no último dia 20, o festival neste ano é promovido pela Associação dos Profissionais de Dança de Uberlândia (APDU), que assumiu o papel que por quase três décadas foi da prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Com o tema “Atualização e Permanência”, o festival recebeu mais de 600 inscrições de participantes de todo o país e terá grupos e artistas convidados e engloba mostras competitivas e não competitivas. Serão apresentações de várias manifestações da dança como balé clássico, dança contemporânea, danças populares, entre outras.  Toda a programação tem entrada gratuita e o festival oferece também oficinas, palco aberto e exposições.

A mostra competitiva, que se encerra neste domingo (16)  tem como objetivo oferecer aos artistas independentes, companhias, escolas e grupos de diferentes estilos de dança a oportunidade de apresentar seus trabalhos em um contexto de competição, sendo avaliados por profissionais especializados. 

Já a mostra não-competitiva tem por objetivo proporcionar aos artistas, escolas e grupos de diferentes estilos de dança a possibilidade de apresentar seus trabalhos em um contexto de apresentações não competitivas, recebendo contribuições dos especialistas convidados. 

Nesta edição, o Festival de Dança do Triângulo prevê premiação em 05 categorias, dentre elas  Bailarina e Bailarino Revelação, Coreografia e Grupo destaque e Prêmio Estímulo Social. A escolha será feita a partir das indicações do júri e dos especialistas que acompanharão toda a programação, e não estará restrito a mostra competitiva, assim, mesmo os participantes da mostra não-competitiva poderão ser escolhidos.   

Além da Comboio, outras duas companhias foram convidadas.

Balé Teatro Guaíra

Criado em 1969 pelo Governo do Paraná, possui em seu histórico trabalhos de grande sucesso, como “O Grande Circo Místico”, “O Segundo Sopro”, “O Lago dos Cisnes” e “Lendas Brasileiras”. Ao longo dos anos, a companhia tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento da dança no Paraná e no país. Ao analisarmos a produção da companhia ao longo de todos esses anos, podemos afirmar que ela desempenha sua função principal com excelência: produzir e levar a arte da dança para o estado do Paraná e para o Brasil. Atualmente, a direção está a cargo de Luiz Fernando Bongiovanni. No festival de dança do Triângulo apresentarão as coreografias “Vica” e “Pia” nos dias 17 e 18/07, no encerramento do festival.

Jorge Garcia Companhia de Dança

Foi fundada em 2005, em São Paulo, pelo bailarino, coreógrafo e diretor Jorge Garcia. Desde sua criação, a companhia tem desenvolvido uma linguagem própria em suas abordagens coreográficas, estéticas e temáticas, levantando questões sobre o corpo e o ambiente em que está inserida, explorando suas possibilidades e meios de transformação. Utilizando-se da diversidade de linguagens artísticas e técnicas variadas como base para o treinamento corporal, como Capoeira, Aikido e Yoga, a companhia utiliza esses recursos e experiências como ferramentas de criação. A cia se apresentou na abertura do Festival com “Cantinho de Nós” e “Take 3”, resultado de pesquisas mais recentes que explora a relação corpo e câmera. Em cena os artistas interagem com câmeras e projeções ao vivo.