Moda sustentável e inclusiva
Desde 2014 o Brasil conta com uma força na chamada Moda Sustentável. O movimento global Fashion Revolution chegou ao país com a proposta de uma moda que conserva e restaura o meio ambiente, além de valorizar as pessoas acima do crescimento e lucro. Com uma semana de eventos em abril, o que é discutido em toda a cadeia produtiva do setor repercute durante todo o ano.
Movimentos como este partem de questionamentos simples, como: você sabe de quem é a roupa que você está usando? Segundo o site do movimento, ele existe para que a moda seja limpa, segura, justa, transparente, diversa e responsável para todos e todas.
Atuam por meio da comunicação, educação, colaboração, mobilização e participação e incentivam pessoas conectadas com o setor em todo o país. E há pesquisas que indicam que esse trabalho tem resultado. Segundo relatório divulgado pela empresa de pesquisa Research And Markets, o crescimento mundial do setor deve passar de US$ 6,3 bilhões em 2019 para US$ 8,2 bilhões em 2023. Traduzindo: investir em sustentabilidade faz bem para o meio ambiente e para a indústria da moda.
A Faculdade da Costura, de Uberlândia, tem participado de eventos e projetos que consolidam sua proposta de sustentabilidade e inclusão por meio da moda. Em 2023, um dos grandes momentos da faculdade foi a presença na 29ª edição do Minas Trend, a Semana da Moda de Minas Gerais, promovida pela Fiemg, para conhecer as tendências e prestigiar ex-alunas.
“O Minas Trend é reconhecido pelo alto nível dos seus compradores e tem como principal objetivo gerar negócios e oportunidades para a cadeia produtiva de moda que também abre as portas para quem tem um bom trabalho e busca novas oportunidades, como o Glória Morais Ateliê, de Uberlândia, presente pela primeira vez no evento”. disse o CEO da faculdade, Gledson Vieira.
Em parceria com o Instituto C&A, a Faculdade de Moda chega também às periferias. Neste mês levou à sede dos projetos sociais Estação Vida, no bairro Shopping Park, a palestra “Sustentabilidade e o Futuro da Moda”. O instrutor e designer de moda Joeslley Rocha e pela instrutora Iusley da Mata falaram sobre o ciclo de vida das peças de roupas na sociedade e como prolongar essa expectativa por meio dos brechós, bazares e upcycling, ressaltando a importância do consumo consciente e sustentável na sociedade atual e o futuro da moda.
“Essa é uma das maneiras de atingir pessoas que buscam espaço para empreender. O Estação Vida atende 85 famílias e com certeza plantamos uma semente ali que pode vir a ajudar algumas delas”, disse Vieira.
A gerente do Instituto C&A, Pollyanne de Oliveira, conta que anualmente recebe um cronograma com as ações a serem desenvolvidas e para isso busca parceiros para a realização. “A parceria com a Estação Vida tem 4 anos e a ONG foi escolhida por fazer um trabalho que envolve moda, como a oficina de costura. A escolha pela Faculdade da Costura para nos ajudar na ação desta semana é por ser referência na área e ter sido indicada por profissionais conhecidos”.
INCLUSÃO
A vida nunca foi fácil para Táxila da Costa Brandão e Luara Rodrigues da Silva, transexuais que saíram de suas cidades de origem há mais de uma década em busca de melhores oportunidades em Uberlândia. No fim de 2021, elas viram suas vidas mudarem após a prisão da pessoa para quem trabalhavam e onde moravam. Foi preciso recomeçar, repensar o futuro, e o primeiro passo foi participar do projeto da Defensoria Pública para a troca do nome social.
A partir deste projeto e por meio de uma parceria com a Instituição Cristã de Assistência Social de Uberlândia (Icasu), Táxila e Luara chegaram na Faculdade da Costura. “Nos foram oferecidos alguns cursos profissionalizantes por meio de parcerias que tinham e escolhemos fazer corte e costura”, conta Táxila Brandão, natural do Acre e que mora em Uberlândia há 13 anos.
Luara da Silva conta que queria fazer outro curso, mas que cresceu vendo a mãe entre linhas, agulhas, tesoura e a máquina e decidiu arriscar. Ela é de Paraíso (TO), e está em Uberlândia há 17 anos. “Não me arrependo da escolha. Estou gostando muito e penso em aprimorar, fazer outros cursos”, revela.
Além de amigas, elas são vizinhas e estão na mesma turma nas aulas. Faltando pouco tempo para a conclusão do curso, elas já pensam no futuro e começam a sonhar com o negócio próprio. “Queremos fazer outros cursos, dar sequência e aprimorar para, no futuro, ter nossa própria marca e até um ateliê”.
eu estou adorando aprender a costurar
Que bom, Yasmin! Desejo sucesso pra você 🙂