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London Pub aciona memórias afetivas em 34 anos, privilegiando a boa música

As marcas da pandemia no chão, nas mesas, no espaço vazio em registro de 16 de janeiro, durante flexibilização (Foto: Adreana Oliveira)

Cada geração tem comportamentos que a diferencia da anterior e da que está por vir, principalmente aqueles referentes às culturas que consome ou produz. Há 34 anos, Uberlândia é lar de um lugar onde a musica pulsa e conseguiu uma façanha difícil no mercado do entretenimento: assimilar as diferenças geracionais e manter-se interessante para X, Y e Z. E ao que tudo indica, num futuro não muito distante, deve conquistar a geração Alpha também. Antes da pandemia, de quinta-feira a domingo, as noites no London Pub reuniam “jovens” de 16 a 60 anos.

Em 9 de julho de 2021, a casa completou o 34º aniversário. Pelo segundo ano consecutivo, a celebração não contou com os shows especiais que marcam a data. O tradicional prédio da Floriano Peixoto número 39 foi um dos inúmeros negócios impactados pela pandemia. Em toda sua história, nem nas reformas mais ambiciosas, a casa havia ficado tanto tempo fechada. Tirando um breve período de flexibilização (leia mais abaixo), já são 16 meses de atividades paralisadas.

Falar desse lugar e seu legado não é tarefa fácil, afinal, são tantas histórias, que ali se encontraram que torna impossível não deixar algo legal de fora. E o nome por trás desse sucesso do entretenimento da noite uberlandense é David Moreira. Ele e a irmã Angélica ficaram responsáveis pelo prédio da família materna. Dona Afonsina faz parte desse que já foi o sonho de David, depois tornou-se o empreendimento de uma vida e hoje é uma realidade compartilhada com milhares de pessoas.

Essa responsabilidade, comprometimento e estudo de mercado são o que tem permitido o London sobreviver a uma pandemia que têm impresso novos códigos de comportamento social que refletirão em nossa rotina por um bom tempo. “Desde o início, respeitamos todas as decisões do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Uberlândia e continuamos a fazê-lo. Mas estamos nos preparando para um retorno seguro, com algumas surpresas. Não sei dizer ao certo quando, mas o London vai voltar a ser um lugar onde as pessoas são felizes”, afirmou.

Desde que surgiu, o London sobreviveu a várias modas e momentos diferentes da cultura musical vividas no Brasil e no mundo. E Uberlândia é uma cidade que, ao mesmo tempo, brada a pegada moderna e empreendedora e esbraveja um conservadorismo deslocado no século XXI.

Como empresário, David Moreira já ouviu e viu muitas coisas sobre o seu próprio empreendimento, algumas foram úteis, outras nem tanto e o que não é útil ele simplesmente deleta. Sobreviver nesse mercado requer conhecimento, bons fornecedores, bons colaboradores, equilíbrio emocional e visão atenta no que pode interessar a diferentes audiências. 

Em um único final de semana, o London chega a receber quatro tipos completamente diferentes de público, que vai dos apreciadores do Mesa de Buteco, passa pela galera do pop rock, chega na balada eletrônica e nos sucessos do momento. E todos eles têm o mesmo tratamento. A casa oferece a melhor estrutura para todos que ali se apresentam e por isso tem uma marca tão forte. David afirma que aprendeu a se blindar com o tempo diante de algumas críticas . “Todo mundo se sente no papel de crítico uma vez ou outra. Eu assimilo o que vale a pena e sigo fazendo o meu melhor”.

Mas a verdade é que um lugar como o London é construído pelo relacionamento que as pessoas têm com ele, por afetos. A casa já foi palco de show grande, show pequeno, shows históricos, e na pista muita gente já chorou, de alegria ou de tristeza, por amor ou desamor, ao som de sua banda favorita. E também já deu muita risada. E o relacionamento da cidade com o London também muda, geralmente para melhor. 

“Já me ofereceram franquear o London, mas eu não vejo como isso poderia dar certo. São muitas as particularidades envolvidas nesse lugar. Começamos pequenos, a cada novidade, as pessoas têm a chance de viver algo novo conosco, porque tem gente comprometida no escritório, no financeiro, no jurídico. É uma marca que prezo muito e essa consolidação seria difícil de conseguir sem estar no dia a dia do lugar”, comentou o empresário que depois de alguns anos com uma loja de discos, Ópera Rock, inaugurou o “anexo” London Café… outro grande sucesso.

Rodrigo Santos (Barão Vermelho), João Barone (Paralamas do Sucesso), David Moreira, Andy Summers (The Police), Fernando Pires (SPC) e Hugo Barata (Venosa) no camarim do Call The Police, projeto de Santos e Barone com o guitarrista britânico (Foto: Adreana Oliveira)

MEMÓRIAS AFETIVAS ATIVADAS 

O analista de telecomunicações Marcelo Pereira de Lima foi aquele típico adolescente mais radical. Frequentador da “Praça da Bicota”, para sua turma, no início dos anos 90, o London era “lugar de playboy”. A galera mais radical evitava atravessar para o outro lado da Floriano. 

“Percebemos como essas histórias mudam de acordo com o tempo. A gente tem ali uma turma, uma tribo que tem suas próprias leis e costumes, e a fisiologia do grupo costuma ser consistente e gerar certos bloqueios. Na época, não existia a palavra eclético no meu dicionário. Com o tempo isso vai melhorando, vamos construindo nossas próprias identidades e nos libertando de algumas amarras. De repente, lá estava eu no London assistindo ao show do B.O., que conheci como Originais Gangsta e cheguei até a tocar alguma coisa no baixo com eles, passando algumas notas para o Chileno uns anos antes na UFU, com outro nome na banda… O London abriu espaço para bandas do underground, como o próprio B.O. e Porcas Borboletas, ao mesmo tempo que trazia gente como o Alceu Valença, artista que admiro e vi no palco do London”, contou.

E ali ele foi criando novas memórias, como no show do Oswaldo Montenegro, que assistiu ao lado da agora esposa Laudeli Rodrigues Ladico e se prepara para uma nova fase. A filha, Lara Ladico Lima, de 15 anos, em breve vai ser parte das memórias da família no London também.

“Esse espaço tem uma importância  cultural muito grande na preservação da música de diferentes épocas e acredito que seja também um centro de formação, de encontro de talentos da cidade que se conheceram ali, como frequentador e virou atração da casa com sua banda. É um ambiente para a conexão com a boa música”.

E não é que o Marcelo tem razão?

Aqui Nando Fernandes se apresenta ao lado de Hugo Barata e a banda Venosa (Foto: Adreana Oliveira)

Em meados da década de 90 Tatiana Ribeiro morava em Araguari (MG). Ainda era uma menina que se dedicava às aulas no Conservatório de Música da sua cidade natal e sonhava um dia ter sua própria banda de rock. Também já mostrava desenvoltura para o heavy metal, para o rock clássico e quando soube que Nando Fernandes, cantor paulistano, com uma das vozes mais marcantes de sua geração, se apresentaria na cidade vizinha, Uberlândia, rumou de Araguari para o London Pub.

E ver Nando naquele show só incentivou o sonho. Mas sonhos não se fazem só na cabeça. Tatiana fez valer seu tempo no Conservatório e depois cursou Música na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E sim, seu sonho se tornou realidade e adivinhem onde ela foi parar alguns anos depois daquele show do Nando Fernandes? 

“Os anos se passaram. Me profissionalizei na música e para a minha alegria, logo foram surgindo oportunidades de tocar no London com várias bandas diferentes. Minha primeira experiência nos palcos do London foi com minha banda de heavy metal Soul Stone, abrindo o show da banda Hangar, do baterista Aquiles Priester, em 2008 e posteriormente em 2018. Ao longo dos anos também toquei várias vezes com minha banda de punk rock Don Dillinger: fomos a banda de abertura no show do CJ Ramone, também fomos a banda que acompanhou Supla numa de suas apresentações na casa, além de shows acústicos no London Café, onde pudemos também ter uma noite exclusiva para a gravação de um material em vídeo da Don Dillinger”, contou a baterista.

Para Tatiana, todos os shows que fez na casa foram marcantes e toda a estrutura que o London possui de palco, som, iluminação, funcionários e o público que frequenta são importantes para que um músico se sinta realizado com seu trabalho, principalmente quando se trata de bandas de rock que nem sempre dispõem de um bom local para se apresentar.

“Além de tantas experiências profissionais felizes nos palcos do London, também tive a chance de assistir grandes shows de artistas que gosto e ver tantos amigos tocando com suas bandas.  O London é uma casa de eventos com muita história e tradição em Uberlândia. É preciso ter força, coragem e trabalho duro para mantê-lo de pé há tantos anos como referência na região. E que venham muitos anos mais de música e alegria”, disse a baterista.

E o jeito London Pub de trabalhar faz com que seu palco seja o sonho de muitos artistas uberlandenses e também um palco desejado para grandes músicos do cenário nacional que, uma vez que experimentam de sua hospitalidade, querem voltar sempre.

Mas essa construção de identidade veio com o tempo e o London cresce com seu público, seus artistas e o que aumenta na estrutura melhora na qualidade. Kiko Zambianchi foi o primeiro artista de renome nacional a se apresentar na casa, em 1999. Retornou outras vezes e mantém uma amizade com David e o London até hoje.

“Conheço o London há muito tempo e sempre foi uma referência pro pessoal que toca rock and roll em Uberlândia e imagino que deve ser muito importante para a cidade. Eu que estou aqui em São Paulo e os músicos que eu conheço que tocaram aí, damos um valor enorme para essa casa. Uberlândia tem que cuidar direitinho do London porque é um patrimônio da cidade”, disse Kiko, em entrevista ao Uberground.

Para o músico, autor de grandes sucessos do pop rock nacional, entre eles “Primeiros erros”, o diferencial do London está na administração e em todo o carinho da equipe da casa. “É um lugar gostoso de ficar, o som sempre muito bom, tudo é legal lá. Não tem uma coisa específica, mas entre as casas que eu conheço pelo Brasil o, London é uma das mais bacanas, sempre dá vontade de voltar”.

LONDON CONNECTIONS

Kiko Zambianchi puxou a fila. Depois vieram os Titãs Paulo Miklos e Nando Reis, Capital Inicial, que fez praticamente a prévia do seu “Acústico MTV” por aqui, os Legião Urbana Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, Adriana Calcanhoto, Angra, Shaaman, Paulo Ricardo, o Engenheiro do Hawaii Humberto Gessinger com seu projeto Pouca Vogal com Duca Leindecker, Pitty… teve ainda Matanza, Motorocker, Tianastácia, Terra Celta, Fresno, Pato Fu!… a lista é longa,  além de covers consagrados de outras cidades brasileiras, como U2 Cover Brasil, do vocalista Everson Cândido, These Days (Bon Jovi), The Four Horsemen (Metallica), entre outros.

Para os músicos locais, uma grande oportunidade de intercâmbio e encontros por meio de projetos audaciosos. Nanji ainda não era maior de idade quando o London abriu. O guitarrista nem saia de casa com 15 anos de idade. Conseguiu entrar aos 16 anos, não se lembra bem como.

“O Tchana e o Ronaldão estavam na primeira banda que tocou no London…eu sou um pouco mais novo e aos 17 anos entrei em um cover do Guns and Roses. O vocalista, Alberto, era muito parecido com o Axl Rose. Acho que era 1990, o Guns estava estourado no Brasil e fizemos dois dias com ingressos esgotados”, recorda Nanji.

O cover do Guns não vingou, mas o talento de Nanji chamou atenção de outros músicos e ele acabou tocando por quase dois anos na casa com diferentes projetos. “Quando vi o Tchana, o Ronaldão e o Alexandre tocarem era o show que enchia mais e eu quis ter uma banda. Acontece que o Alexandre mudou para Brasília, achei que teria uma chance… mas eles chamaram outro guitarrista, o Tim. Ele precisou viajar e eu o substitui numa noite, depois acabei sendo convidado para ficar na banda… foi quando reformulamos o Tâmisa”.

O Tâmisa está entre as bandas locais como B.O., Os Seminovos, Solo Vertical, Patrulha Cogumelo, Los Jones, Maria Fumaça, Tomarock, Venosa… outra longa lista de talentos uberlandenses que ganharam repercussão em outras regiões e até nacional.

E o Nanji foi um dos responsáveis pelo primeiro show internacional do London, com ninguém menos que Paul Di’Anno, vocalista dos três primeiros discos do Iron Maiden. Em turnê pelo Brasil em 2007, Di’anno fez sete shows com uma banda 100% de Uberlândia. Além de Nanji, acompanharam o inglês o guitarrista Marlon Xavier, o baixista Raone Franco e o baterista Dado Romanholi. “Fizemos essa turnê inteira e uma das datas foi no London… e por pouco que esse show não sai, o David lembrou disso esses dias lá no Instagram do London”.

Anos mais tarde, em 2015, Nanji foi um dos responsáveis pela vinda do projeto Metal Singers, um show histórico para a cena metal da cidade. No mesmo palco estavam Tim “Ripper” Owens (Judas Priest), Blaze Bayley (Iron Maiden), Mike Vescera (Yngwie Malmsteen/Loudness)  e Udo Dirkschneider (Accept). “Foi um show e tanto, tudo muito corrido pra gente nos bastidores, mas não encheu tanto quanto o Di’Anno. Por mais que a gente tenha divulgado, no dia do show tinha gente ligando no London pra perguntar se era cover…”.

O London foi o lugar escolhido para Di´Anno e Metal Singers por Nanji e seu sócio e por Max Oliveira para trazer CJ Ramone, em 2014, pela estrutura que oferece e os produtores e artistas não se decepcionaram. Mas chegou a hora de o London trazer uma atração internacional por sua conta. O Call The Police, projeto dos músicos brasileiros Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho e João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso com o guitarrista do The Police, Andy Summers.

Metal Singers reuniu grandes nomes do heavy metal mundial no palco do London (Foto: Adreana Oliveira)

Os trabalhadores da noite e o impacto da pandemia

No início do ano, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Uberlândia permitiu um momento de flexibilização do setor e o London chegou a abrir por algumas semanas. Em uma delas, o Uberground foi conferir como estava esse retorno. Cumprindo todas as normas de distanciamento social, as entrevistas com os funcionários foram feitas antes de a casa abrir, o bloco de anotações substituiu as gravações digitais para evitar aproximação. As demais entrevistas também respeitaram o distanciamento e o uso de máscara durante todo o tempo.

Era sábado, 16 de janeiro. O show Divas, com participação de Dino Fonseca. A casa operava com cerca de 30% de sua capacidade. Álcool em gel virou acessório em todas as mesas e aglomeração só mesmo nas fotos e vídeos que apareciam no telão. O palco estava cercado por um painel de acrílico e o show Divas não tinha mais as três vocalistas no palco ao mesmo tempo.

O novo normal não é nada normal e para que você assista aos shows com profissionalismo e segurança, sempre tem muita gente trabalhando nos bastidores. Quando o setor do entretenimento para, não são apenas os artistas e suas famílias que sentem um impacto imediato. A cadeia produtiva da cultura é grande e diversa… e no caso do London, configura-se em uma grande família.

Maria de Lourdes da Silva, a Lurdinha, é operadora de caixa. Desde quando? Desde 1987, quando o London abriu suas portas! Naquele janeiro ela estava aliviada, o breve retorno ajudou a manter a casa. Lurdinha estava apreensiva, como milhões de brasileiros e brasileiras, com talões de energia elétrica e água atrasados. “Desliguei até a geladeira.  Sabe de uma coisa, eu nunca dei tanto valor ao trabalho como agora. Espero que esse momento passe logo porque essa incerteza há pouco mais de dois anos para me aposentar beira a crueldade”, comentou ela.

Para Eletícia Gomes, chefe de segurança, com 16 anos de casa, a volta teve um protocolo rígido. Apesar de toda a atenção, força e estratégia que a segurança exige, é no sorriso dela que os clientes se derretem. Difícil era passar sem dar um abraço e um beijo. “Tem cliente que esteve no retorno que sentia saudade até de quando eu tinha que ‘mandar embora’. Esse novo normal ainda é estranho mas a gente se adapta”, contou ela, que mora com uma filha e redobrava os cuidados para voltar bem para casa.

Zenon Alves da Silva, técnico de áudio, tem a “sorte” de não trabalhar só com eventos. Se fosse assim, “teria passado até fome”. Em meio à pandemia, Zenon pôde se dedicar a aprender mais sobre o negócio de geração de energia, uma área na qual ele não tinha muita expertise e acabou salvando seus últimos meses. Mas uma coisa ele gostou no breve retorno. O horário. “Com os shows começando mais cedo à 1h da manhã eu já estava em casa… antes de 2019 isso não acontecia antes das 3h30, a gente acaba ganhando em qualidade de vida”.

O gerente Edivânio nunca imaginou que essa pandemia fosse tão longe. “É ruim ficar parado, são 18 anos e nunca vimos isso. Acho que todos nós temos que reaprender a viver. Por aqui, disponibilizamos tudo que precisa, cuidamos do lugar. Covid e estresse andam juntos”.

No bar, Denise e Anailton, que além de preparar os drinks sempre conversavam muito com os clientes, agora se acostumavam com os novos protocolos que incluem máscara, luvas e nada de bate papo.

CAMARIM

Cristina Goulart, Letycia Landim e Juliana Gomes eram as estrelas da noite. Com o show Divas, que completa 15 anos neste 2021, elas, assim como o público, tiveram que se habituar com uma tela de acrílico entre o palco e a pista. Cristina fala sobre a importância de as pessoas se sentirem seguras e recorda de um show anterior em que as pessoas colaboraram porque um sabe que precisa contar com o outro, que não pode se aglomerar na frente do palco.  “E para o Divas esse é um ano importante, chegamos aos 15 anos do projeto. A gente lembra do início, de como esse show era e como está agora, é uma evolução, é uma forma  interessante de fazer pop e de rock e essa mudança o tempo todo”.

Para Letycia, mãe de uma menina que ainda não havia completado um ano, o retorno aos palcos era marcado por  ansiedade e receio. Agora, elas não ficam mais juntas no palco.  “Para que a gente trabalhe e leve um mínimo de alegria para as pessoas temos que nos cuidar também”.

Para Juliana era um misto de sentimentos. “Voltar é bom, mas a gente ainda se preocupa demais. Fico feliz por poder cantar, trabalhar e  interagir mesmo que de longe com o público”.

O baixista Diogo Machado esperava há muito tempo voltar aos palcos. Recém-saído da banda Venosa, manteve-se ocupado nas lives e se adaptou ao momento. Menor lotação, às vezes, era sinônimo de menores cachês. “O entretenimento vive da aglomeração e nesses 20 anos de carreira vivo um momento de nostalgia, tudo isso aqui tem um valor afetivo grande pra gente”, disse o baixista, agora na banda Mansim.

Dino Fonseca que se considerava em um meio retorno, ainda cuidadoso com os convites que aceitava. “Se o público não está sentado não vale o risco”.

E quem volta ao trabalho precisa realizar testes mais frequentemente. O grupo só retirou as máscaras na hora de subir para o palco, quando fizemos as fotos.

Amanda Grilli, Geovanna Galvão e Michele Batista foram ao London durante a flexibilização, depois de um ano sem balada (Foto: Adreana Oliveira)

Amanda Grilli, 20, produtora de conteúdo, Geovanna Galvão, 22 barbeira, e Michele Batista, 27, secretária, saíam pela primeira vez depois de um ano para ver um show. Antes só saiam para comer alguma coisa e voltavam para casa. Agora, sair à noite, conhecer alguém depois de se esbarrar, não existe mais. “ A gente sente falta do aconchego. E escolhemos esse lugar porque sabíamos que estavam cumprindo todos os protocolos, nos sentimos seguras. A necessidade de ficar em casa mexe muito com a gente, ainda estaremos um tempo marcados por um medo”, comentaram.

Alguns dias depois desta cobertura, a casa voltou a fechar obedecendo a uma nova determinação da PMU para o segmento e segue fechada, aguardando as diretrizes do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, que ontem (30) flexibilizou novamente o funcionamento de alguns setores e o London, a princípio, foi liberado para eventos sociais com até 400 pessoas, sentadas. Porém, David Moreira afirmou que a casa só voltará a abrir quando puder trabalhar no seu horário normal e com uma restrição máxima de 50% da capacidade.

4 thoughts on “London Pub aciona memórias afetivas em 34 anos, privilegiando a boa música

  1. Oi Adreana, que matéria bacana, sabe, como cresci ali em Uberaba, sempre ouvíamos falar da London, claro que o pessoal de lá meio que falava com inveja, mas como eu me sento um cidadão do mundo eu tinha este ‘festiche’ para conhecer esta casa um dia. Como eu passei os últimos 20 anos em Sampa, pensei até que ela já tinha fechado, pois dificilmente uma casa noturna, em várias partes do mundo, dura muito tempo, se dirá anos.
    Escolhi Uberlândia pra morar, pois não quero ficar de fora de uma metrópole, e aqui é uma mini metrópole, tem quase tudo que eu tinha em Sampa. Como sou da linha roqueiro eclético, estou ainda louco pra ir na London, mas ainda não me faltou tempo e nem dinheiro , agora que consegui um novo emprego, mas quero muito ir lá, pra ver as bandas covers ou daqui da cidade mesmo .

  2. O seu comentário está aguardando moderação.
    Noossa, Adreana! Parabéns pela matéria e o registro, considerando todos os envolvidos nos bastidores e dos quais você fez questão de se lembrar. Essa foto com o Barone é memorável. Adoro Paralamas. Tenho deste “Templo do Rock and Roll” as melhores lembranças do “meus anos 90”. Vida longa ao London Pub!!! Que venham muitos outros 34!

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