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Lady Gaga mexe com a alma e o coração dos dos ‘Little Monsters’ de Uberlândia que contam as horas para o show em Copacabana

Vidoeclipe de “Abracadabra”, que integra o álbum “Maihem”, o mais recente de Gaga (Reprodução YouTube)

A contagem regressiva começou e a ansiedade dos “Little Monsters” já alcança níveis estratosféricos. Desde fevereiro, quando foi confirmado o show da “Mother Monster” Lady Gaga em Copacabana, esse é o assunto que domina as rodas de conversa — presenciais e virtuais —, motiva o empenho no trabalho e torna os dias mais interessantes para os fãs.

Em Uberlândia, como em todo o Brasil (e até fora dele), a movimentação é grande para acompanhar o mega concerto, marcado para 3 de maio, no Rio de Janeiro. O Uberground acompanha a expectativa de um grupo que vai de excursão para o evento. Angústias, dúvidas e dicas circulam em um grupo de aplicativo de mensagens que não para: é movimentação 24 horas, tem sempre “alguém digitando”.

Tem dica de look, dúvidas sobre trajeto, como chegar ao metrô, o que levar, o que não levar, como encontrar a turma na hora de ir embora… Vai ter lugar para tomar banho? Vai dar pra pegar grade? E o show de abertura? Entre tantas perguntas, uma certeza: o amor incondicional pela diva pop.

Para quem não pode ir, tem opção de acompanhar pela TV. Saiba mais sobre quem transmite e a estrutura aqui.

Jessya Mendes se esforçou e conseguiu chamar a atenção de uma marca, garantindo lugar na área vip para ver Lady Gaga bem de perto (Divulgação)

Esse amor é tão forte que levou Jessya Mendes a ficar mais de 30 horas acordada para produzir um vídeo e tentar chamar atenção de patrocinadores — tudo para conseguir um lugar mais pertinho do palco. Aos 27 anos, a administradora ainda concilia a vida de fã com os cuidados do filho de quatro meses. Gaga pode ser a “Mãezona”, mas em casa quem reina é o pequeno!

Meu sonho sempre foi ver um show da Gaga. Quando descobri que o VIP seria uma área mais próxima do palco, comecei a tentar chamar atenção das marcas. Estou tentando desde 22 de fevereiro.


Depois de dinâmicas, posts e muita dedicação, deu certo: ela foi notada e vai curtir o show da área VIP da Latam. “A Gaga vale tudo, ela é a minha maior inspiração”, vibrou.

Jessya também é cosplayer e já conquistou dois pódios na tradicional Catsu, em Uberlândia. Toda vez que compete, lembra das frases motivacionais da cantora, que, segundo ela, inspiram os fãs a “saírem da caixinha” e se expressarem. Para a uberlandense, Gaga hoje aposta cada vez mais em shows artísticos e visualmente impactantes.

“Eu estou amando isso. Acho que o que diferencia os shows dela de outras divas é a atenção à estética das performances e o fato de ela cantar ao vivo”, destaca.

O coração está a mil. “Custo dormir toda noite lembrando que está chegando o grande dia”, confessa.
E o look? Confortável e icônico ao mesmo tempo? “Minha ideia é algo fresco, mas inspirado no look preto com véu que ela usou no Coachella [festival em que Gaga foi headliner neste mês, nos EUA]. Espero não morrer de calor”, brinca.

Nada de morrer de calor — nem de susto! Afinal, basta uma pequena movimentação no Rio de Janeiro para deixar os monstrinhos em alerta. No dia 19 de abril, foi instalado um painel gigantesco no túnel Engenheiro Coelho Cintra, trazendo uma imagem de Gaga e a chamada “Lady Gaga no Rio”. Mas, na manhã do dia 23, ele havia sido retirado.

Em minutos, a tensão tomou conta do grupo: “Ela não vem mais?”. Para alívio geral: sim, ela vem! A arte foi apenas alterada, agora destacando o nome do evento “Todo Mundo no Rio”. Muitos fãs notaram diferenças na forma como a imagem de Madonna foi explorada na publicidade de seu show anterior e como Gaga está sendo divulgada.

Segundo nota à Billboard Brasil, a Bonus Track — empresa responsável pela produção — informou que a mudança foi para reforçar a marca “Todo Mundo no Rio”, que terá quatro eventos anuais na cidade.

‘Já estou com a roupa de ir’, diz o paraense Gláuber Bastos

Gláuber Bastos já está prontinho para embarcar no ônibus rumo ao Rio para ver sua diva (Divulgação)

Quem respirou aliviado foi Gláuber Bastos, paraense de 31 anos, radicado em Uberlândia há sete. Auxiliar de produção de alimentos, ele vai ver Gaga ao vivo pela primeira vez. “As expectativas estão lá em cima, nada me impede!”, brinca ele, que credita à cantora a coragem de se assumir para a família, “sair do armário” e se mostrar sem máscaras.

“Minha família (gospel) dizia lembrar de mim sempre que ouvia hits como ‘Paparazzi’ e ‘Bad Romance’. Eu era meio emo na época e fiquei apaixonado pela Gaga. Agora vou finalmente vê-la e tentar ficar o mais perto possível do palco.”

Para Gláuber, Gaga é exemplo de força: superou problemas de saúde, críticas, e sempre seguiu fiel à sua arte transformadora.

Fernando fez duas tatuagens em homenagem à artista

Fernando Salomé coleciona tudo que pode sobre Gaga, seu grande amor (Divulgação)

Fernando Salomé, nutricionista, também embarca na excursão com o “tempero UAI”. E, assim como Jessya, tenta um lugar no VIP. Em um vídeo nas redes sociais, ele contou como “Poker Face” mudou sua vida.

“Foi em 2009. Eu tinha 13 anos. Toda aquela autenticidade e presença já me fascinaram. Eu pagava R$ 2 por hora numa lan house só pra ver os clipes e baixar músicas no MP4”, lembra.

(Um parêntese: para os mais jovens, lan houses eram locais pagos para acesso à internet, e o MP4 era um aparelhinho portátil de música.) No vídeo, Fernando mostra sua coleção de Gaga: CDs, DVDs, pôsteres, e uma relíquia nostálgica — uma pasta catálogo cheia de recortes de revistas. Para ele, Gaga não é apenas música e performance: é atitude.

Ela sempre abraçou causas sociais, a saúde mental, os direitos LGBTQ+. Fora as performances que me deixam cada vez mais encantado.

Fernando também tem duas tatuagens em homenagem à artista. “A primeira fiz aos 18 anos, em 2014, e a segunda em 2019. Agora, finalmente, vou vê-la ao vivo! O Fernando de 15 anos tá pulando de alegria!”, disse, emocionado.

E pelas imagens que circulam nas redes, vai valer a pena disputar a grade: os vips ficam nas laterais e a pista comum começa logo à frente do palco.

Sorry, Gaga

Os recortes do Fernando sobre a trajetória de Gaga fizeram esta repórter voltar no tempo.
Em 2008, eu era repórter e colunista no jornal “Correio de Uberlândia”, quando Gaga lançou “The Fame”, impulsionado por “Poker Face”. O videoclipe bombava na TV, e ela estava em todo lugar. Lembro que, à época, comentei que “o futuro do pop parecia sombrio”, imaginando que aquela cantora seria só uma moda passageira.

Mas o pop precisa de tempo. E as pessoas podem ser cruéis com quem está começando. De lá para cá, Gaga lançou nove álbuns, protagonizou polêmicas (como o vestido de carne crua no VMA 2010) e enfrentou críticas que às vezes pareciam mirar mais nela do que na sua música. Talvez ela tenha precisado dessas provocações para resistir e se fortalecer em uma indústria dura, sobretudo para mulheres.

Passei a admirar sua trajetória especialmente a partir de “Joanne” (2016) — um álbum mais íntimo, onde Gaga se mostra sem armaduras. Ali, ela declarou sua independência artística. E agora, com “Mayhem”, entrega música, estilo e shows grandiosos com características teatrais.

Se você quiser entender ainda mais sobre sua força, recomendo o documentário “Five Foot Two” (2017), que mostra bastidores da produção de “Joanne” e momentos de vulnerabilidade e potência de Stefani Joanne Angelina Germanotta — essa artista que segue se transformando com o seu tempo… e além dele.

Trailer de “Six Foot Two”, disponível na Netflix (Reprodução YouTube)

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