Jornalista Adriano Coelho mergulha em acervo de festivais de rock no terceiro livro
Os festivais de rock no Brasil não foram sempre tão populares. Alguns tornaram-se marcas fortes e expandiram seus horizontes para além mar, como o Rock in Rio; outros ficaram para a história e mesmo com boas edições não tiveram continuidade, como o Hollywood Rock; outros realizados no Paraná, como CPF/CRF não conseguiram crescer. Atualmente o Brasil abrigar uma grande franquia mundial, o Lollapalooza.
O jornalista paulistano Adriano Coelho mergulhou no seu acervo de coberturas, produções e assessorias para contar um pouco de tudo que rolou desde que começou a trabalhar em festivais. No livro “Festivais de Rock – Uma vida rock and roll” ele permeia esses trabalhos com um panorama nacional e internacional do que rolava no Brasil e no mundo naquele momento. Entre as coberturas realizadas estão trabalhos para as revistas “Rock Brigade” e “Dynamite” e a rádio Brasil 2000FM.
“Foi uma escolha. Para contar uma história você tem que pegar a raiz, mas tem que ver se ela é cabível. No século 19 já havia festivais abertos no mundo, como Woodstock. Alguns merecem um relato, mesmo eu não tendo presenciado aquilo. Tem aquele crivo, o que vale a pena ser citado e o que deve ser apenas lembrado”, disse ele em entrevista ao Uberground.
Esse é o terceiro livro do autor, responsável também por “Os 100 Maiores Jogos do Brasileirão” (Ed. Pontes, 2012, 326 páginas) e “Musas – O momento das mulheres através do cinema” (Scortecci Editora, 2016, 200 páginas).
“Comecei e parei três vezes até concluir. Nos outros livros eu não consegui passar tanta emoção como eu passo nesse porque presenciei grande parte, seja na cobertura ou no camarim, mas você sabe, que não é fácil, tem muito atrito”.
Houve um tempo em que conseguir uma credencial para cobertura de shows só com crachá, carta do editor do veículo e tudo mais, bem diferente do que temos hoje, era uma época pré-influencers. E será que ele recomenda isso para jovens jornalistas que querem enveredar nessa área: jornalismo cultural?
“Tem que se preparar, ter um bom inglês ajuda também, termine a graduação e já faz pós, além de estar antenado com as tecnologias e plataformas do momento. Não importa se você quer a área de cultura, você tem que entender um pouco de tudo e ainda se especializar, ainda mais hoje que qualquer um pode escrever, publicar e pra trabalhar na área nem precisa de diploma. Se é isso que vai te fazer feliz, vá sem medo”.
De um menino assistindo ao primeiro Rock in Rio pela TV ao cara que entrevistou Rob Halford (Judas Priest), acompanhou turnê de Slash no Brasil e assessorou festivais com Duff McKagan, Evanescence e Faith no More, o que mudou foi o profissionalismo.
“A gente amadurece. Quando leio algumas resenhas antigas percebo que muitas vezes escrevi como fã, o que não acontece mais. E quando você se permite, e consegue, trabalhar em outras áreas como produção e assessoria são aprendizados novos, cada um opera de uma forma”, conta ele que já trabalhou com colegas com quem bateu de frente em outros momentos da carreira.
No livro, Adriano Coelho começa com o Hollywood Rock (1975) e vai até o último festival que participou pré-pandemia, o Rock Station (2019).
A CAMINHO
Adriano Coelho trabalha atualmente em um documentário sobre dança e em um romance que contará a história de amor entre um roqueiro e uma bailarina, intercalados com o mundo corporativo. Mas antes dos próximos lançamentos ele quer trazer “Festivais de Rock” para Uberlândia. O livro foi patrocinado pelo Benefício Certo e está disponível para compra sob demanda neste na Uiclap.
“Seria um prazer e uma honra lançar o livro aí. Não sei como não conheço essa cidade ainda… faz tempo que quero conhecer. Estava torcendo pro Uberlândia Esporte subir mas não foi dessa vez”, comenta ele, fã de futebol.
Confira a entrevista completa no canal do Uberground no YouTube.