Uberground

Em 2023 a banda banda Charlie Brown Jr. completa 30 anos. Formada em Santos (SP), lançaram o primeiro álbum em 1997, “Transpiração Contínua Prolongada” e tornaram-se sucesso em todo o Brasil. Das 16 músicas, cinco foram – e são – tocadas nas rádios. Na época, eles chegaram aos principais programas de TV do país e a MTV ainda tinha uma relevância grande, e eles figuravam direto na programação.

Se você está mais para a faixa dos 40 do que dos 30 anos vai completar a frase: “Meu, tu não sabe o que que aconteceu…” É um trecho de “O côro vai comê”, primeiro single do grupo dos músicos de Santos a quem o vocalista Chorão se juntou no final dos anos 1980, vindo da capital paulista.

A “formação clássica” do Charlie Brown Jr. trazia Chorão nos vocais, Champignon no baixo e beatbox, Ricardo Pelado na bateria, Marcão Britto e Thiago Castanho nas guitarras. Até 2013 foram 11 álbuns, grandes turnês e algumas polêmicas. Foi em 2013 que a banda acabou após a morte de Chorão, em março. E a família Charlie Brown Jr, em setembro do mesmo ano, também perdeu Champignon.

Voltando no ano da estreia, o sucesso era inquestionável porque a banda não estava só nas capitais. Chegava a cidades do interior, como Uberlândia, onde a banda se apresentou na Acrópole. Um leitor do Uberground comentou no Instagram do site que na ocasião Chorão disse que a plateia da cidade não devia nada para as plateias das capitais, que era uma energia incrível.

E o Charlie Brown Jr. não deixava a desejar em termos de performance. No estádio do Morumbi (SP) lotado de fãs do Linkin Park, que era “A” banda do momento, em 2004, no Chimera Festival, eles fizeram um show à altura do headliner.

Mas a banda tem um legado, e dos grandes. Depois de romperem com Alexandre Abrão, filho de Chorão, dois membros fundadores do Charlie Brown Jr., Marcão Britto e Thiago Castanho anunciaram a turnê “CBJr 30 anos”, que chega a Uberlândia no sábado, no Brazilian Bacon Day (saiba mais sobre o festival aqui). A dupla convidou Egypcio para os vocais e Denys Mascote para o baixo, e outros dois ex-membros da banda, os bateristas Pinguim Ruas e Bruno Graveto.

ENTREVISTA

Marcão e Thiago responderam às perguntas enviadas pelo Uberground. Confira!

UBERGROUND: Oi pessoal, primeiramente obrigada por atender o Uberground. Em mais de 20 anos de jornalismo tive a oportunidade de ver quase todas as turnês do CBJr e como fã acompanhei desde o início. Nessa história, permeada por sucesso e perdas, qual a importância de ir para a estrada com essa data marcante de três décadas de banda e 25 anos de um álbum que faz parte da vida de milhões de brasileiros?

MARCÃO: Queremos manter o legado vivo e celebrar junto com os fãs todo esse nosso rolê de três décadas, estávamos com saudade de tocar juntos e também está sendo uma oportunidade para os fãs que ainda não tinham assistido o show do Charlie Brown sentirem essa energia junto com a gente.

Como tem sido a receptividade por parte dos fãs por onde vocês têm passado? Conseguem perceber que há uma renovação de público?

THIAGO: A tourne está sensacional, muita gente que não teve a oportunidade de assistir o show do CBJR está podendo curtir pela primeira vez… estamos felizes em ver que o som da banda continua relevante para as novas gerações estão que estão descobrindo o CBJR de uma forma espontânea. A resposta que estamos tendo nos shows mostra que a energia da banda está muito viva.

Vocês sofreram duas grandes perdas – Chorão e Champignon – imagino que quando estão no palco é uma forma de manter os dois vivos por meio da música. Essa saudade ainda dói?

MARCÃO: É algo que você não supera mas tenta aprender a conviver. A maneira que nos sentimos mais próximos a eles é através da música, especialmente nos shows, que era o lugar que eles mais gostavam de estar.

Se não se importarem, podem comentar como está a relação com o Pelado?

THIAGO: O Pelado é um irmão muito querido, um cara incrível, construímos juntos a sonoridade da banda e juntos vivemos uma experiência sensacional e ele continua sendo um baita amigo que apoia a nossa tourne.

Podemos esperar algum registro em áudio ou audiovisual dessa turnê?

THIAGO: Temos vontade que isso aconteça, seria ótimo poder registrar esse momento tão especial, é uma data muito importante e os shows estão incríveis. Quem sabe?