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Grammy é marcado por boas performances, solidariedade e discursos que prezam a liberdade e a diversidade
Impactada pelos incêndios que devastaram Los Angeles, a cerimônia da 67ª edição do Grammy Awards foi marcada por declarações de amor à Cidade dos Anjos. A transmissão também contou com uma campanha de arrecadação para os atingidos pela tragédia. Pouco antes de encererar a transmissão, mais de US$ 7 milhões haviam sido arrecadados.
Quem saiu com mais prêmios nesta edição foi Kendrick Lamar, mas com 11 indicações, Beyoncé saiu do 67º Grammy com 3 gramofones para somar aos 32 que já tem em casa. Agora são 35 e uma categoria inédita. Antes do anúncio do álbum do ano, o Corpo de Bombeiros de Los Angeles foi chamado ao palco. Foram aplaudidos de pé, e dois dos militares anunciaram o prêmio para Beyoncé nesta categoria por “Cowboy Carter”.
E, claro, não faltaram boas performances, levando o clima de L.A. para o Grammy, Billie Eilish cantou “Birds of a Feather”. Bruno Mars e Lady Gaga, que muitos apostavam que cantariam “Die With A Smile”, cantaram “California Dreamin´” (The Mamas & The Papas).
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Apesar de ser uma noite musical, não ficaram de fora as preocupações com o atual governo dos Estados Unidos. “Do jeito que as coisas estão neste país, não sei se estarei por aqui para apresentar essa premiação no ano que vem”, disse em tom de brincadeira o apresentador sul-africano Trevor Noah. As cantora Jeniffer Lopez também fez menção ao papel dos imigrantes no país ao anunciar o prêmio de melhor álbum pop latino, vencido por Shakira.
Lady Gaga, ao receber o prêmio por melhor performance vocal pop duo ou grupo junto com Bruno Mars, por “Die With A Smile”, disse que “as pessoas trans não estavam visíveis no país” e foi aplaudida de pé. O mesmo aconteceu com Doechii e Sabrina Carpenter após suas performances.
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A ganhadora do prêmio revelação 2025, Chappell Roan, militante da comunidade LGBTQIA+, também usou os 90 segundos que teve para, além de agradecer a quem acredita no seu trabalho, pedir para que as gravadoras e selos tenham mais cuidado com seus talentos e ofereçam plano de saúde, principalmente para aqueles que estão começando. Ela compartilhou uma situação difícil que viveu no período da pandemia. Confira o discurso aqui.
Will Smith participou da homenagem a Quincy Jones, que para ele era como “uma figura paterna” e foi ele quem chamou Janelle Monáe que interpretou “Don´t Stop ´Till You Get Enough”, do álbum “Thriller”, que ele produziu para Michal Jackson.
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Outra homenageada da noite, com o Dr. Dre Global Impact Award, foi Alicia Keys. “Não é o momento de cancelar a diversidade de vozes, isso é uma dádiva. E quanto mais vozes mais poder para a nossa música, para o nosso som. A música é uma linguagem que não vai ceder, nada vai nos deter. Vamos continuar abrindo as portas para os sonhos daqueles que sonham”, disse a artista durante o discurso de agradecimento.
Harvey Mason Jr., presidente da Academia, falou na cerimônia sobre o boicote de The Weekend. “Sofremos muitas críticas. Ouvimos e agimos. Hoje temos mais de 13 mil votantes e mais representatividade”, disse o executivo que na sequência chamou o próprio The Weekend para uma apresentação surpresa.
E quase 50 anos depois da separação, os Beatles venceram a categoria melhor performance de rock com “Now And Then” que contou com inteligência artificial para limpar os vocais de John Lennon e colocar o violão acústico de George Harrison. Os remanescente, Ringo Starr e Paul McCartney gravaram bateria, piano e slide guitar. Sean Lennon recebeu o gramofone em Los Angeles.
PRINCIPAIS PREMIADOS NO GRAMMY 2025
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Gravação do ano
“Not Like Us” – Kendrick Lamar
Música do ano
“Not Like Us” – Kendrick Lamar
Álbum do ano
“New Blue Sun” – André 3000
“Cowboy Carter” – Beyoncé
“Hit Me Hard and Soft” – Billie Eilish
“The Rise and Fall of a Midwest Princess” – Chappell Roan
“Brat” – Charli XCX
“Djesse Vol. 4” – Jacob Collier
“Short n’ Sweet” – Sabrina Carpenter
“The Tortured Poets Department” – Taylor Swift
Revelação do ano
Chappell Roan
Melhor performance pop solo
Sabrina Carpenter – “Espresso”
Melhor álbum pop vocal
“Short n’ Sweet” – Sabrina Carpenter
Melhor performance pop em duo ou grupo
Lady Gaga e Bruno Mars – “Die With a Smile”
Melhor clipe
“Not Like Us” – Kendrick Lamar
Melhor gravação pop dance
“Von Dutch” – Charli xcx
Melhor Álbum de Pop Latino
Shakira – “Las Mujeres Ya No Lorran”
Melhor álbum de R&B
“11:11 (Deluxe)” – Chris Brown
Melhor música de R&B
“Saturn” – SZA
Melhor álbum de rap
“Alligator Bites Never Heal” – Doechii
Melhor álbum de rock
“Hackney Diamonds” – The Rolling Stones
Melhor álbum de música alternativa
“Flea” — St. Vincent
Melhor Performance de Rock
“Now And Then” – The Beatles
Melhor Canção de Rock
“Broken Man” – St. Vincent
Melhor performance de música africana
“Love Me JeJe” – Tems
Melhor Performance de Metal
“Mea Culpa (Ah! Ça ira!)” – Gojira, Marina Viotti & Victor Le Masne
Melhor álbum country
“Cowboy Carter” – Beyoncé
Melhor performance solo de country
“It Takes A Woman” – Chris Stapleton
Melhor álbum de reggae
“Bob Marley: One Love” – Music Inspired By The Film
Melhor música composta para mídia visual
“It Never Went Away” – Jon Batiste
Melhor álbum latino de jazz
“Cubop Lives!” – Zaccai Curtis
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