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Edição online do Timbre traz um olhar para dentro do festival mineiro

A cantora baiana Natania Borges, radicada em Uberlãndia, convida o rapper Vaine em live no domingo (Foto: Divulgação Festival Timbre)

O Timbre vem se consolidando, desde 2012, como um dos festivais mais interessantes do interior mineiro. Além de contar com um line up com grandes nomes do cenário da música nacional também tem espaço para o que há de mais interessante na produção musical de Uberlândia e região. A edição 2021 já começou e segue, em formato online, até domingo (19) com um encerramento para ninguém botar defeito: um show acústico com Elza Soares e o rapper mineiro Renegado.

O Festival Timbre Online, realizado com recursos da lei emergencial Aldir Blanc, leva a um olhar para dentro de sua própria história. Não é à toa que entre as atividades que vão de bate-papos até as live shows, estão presentes artistas que já tiveram suas histórias entrelaçadas com a do festival.

Uma ação inédita marca a edição online. O Timbre abriu inscrições para o pitching de bandas para festivais, aquele esquema em que o artista mostra por que merece estar no evento. No dia 14 foram divulgados os 10 selecionados para a final: Carla Sceno (Viçosa/MG), Dias de Truta (Divinópolis/MG), Gui Ventura (Santa Luzia/MG), Imune (Uberlândia/MG), Kaike (Belo Horizonte/MG), Luiz Salgado (Araguari/MG), Mac Julia (Betim/MG), Marcelo Tofani (Belo Horizonte/MG), Tamara Franklin (Ribeirão das Neves/MG) e Zarastruta (Belo Horizonte/MG).

O vencedor, que será conhecido na noite desta sexta (17), tem vaga garantida no Festival Timbre 2022.

“Essa foi uma ação muito interessante porque os curadores de vários festivais do Brasil participaram e o público que acompanhar vai estar em um lugar privilegiado e ouvir todas as considerações que levaram ao vencedor. Bom para os artistas que participam da final e também para outros que podem tirar muitas dicas legais desses curadores”, explicou o produtor Lucas Cordeiro em entrevista ao Uberground.

Para Lucas o que vai ficar de herança dessa pandemia em relação as lives é a questão de dar ao audiovisual um valor que lhe foi por muito tempo negligenciado. “As pessoas entenderam que nesse formato, tanto para o curador quanto para os artistas, vai um pouco além do estar no palco em si. Para nós é interessante ver o artista ao vivo, mas com a impossibilidade dos shows presenciais, as lives chegam como uma opção, um registro ao vivo de um show, na íntegra, por exemplo, que ganha um tom mais documental”, comentou.

Segundo Lucas esse olhar pra dentro que o Timbre Online valoriza as edições presenciais temáticas sempre reflexivas propostas pelo festival – como “Nossa voz, nosso poder”, “Só o amor nos completa”, “Por dentro somos iguais” – e dá voz a pessoas que fizeram parte de tudo que está relacionado ao festival, o que inclui depoimentos de quem trabalhou arduamente nos bastidores.

“Vivemos em um país em que a cultura e a memória não recebem o valor que deveriam. Ao ver esse histórico do Timbre junto com as pessoas que fizeram ou fazem parte dele, além dos artistas, traz essa voz, essa evolução as pessoas que estão ou estiveram conosco. Esses depoimentos aparecerão em determinados momentos das lives”, disse o produtor.

O “namoro com Elza e Renegado

Sobre o show acústico de Elza Soares e Renegado, Lucas conta que era algo que o Timbre já vinha “namorando” há mais de um ano. O idealizador e também produtor do evento, Gabriel Caixeta (Bibi) conta um pouco mais sobre isso.

“O Renegado faz parte da história que antecedeu o festival. Eu tive a oportunidade de produzir todas as apresentações do artista em Uberlândia e estava por trás na produção. Foram esses projetos que me influenciaram a criar o Festival Timbre. A Elza Soares é uma querida, uma entidade da música brasileira reconhecida no mundo inteiro.  Ela se apresentou e abraçou o festival na 5ª edição em 2018, em meio a um grande problema que tivemos ocasionado pelas intempéries. Ela abraçou o festival com um só pedido ‘Me deixe cantar até o fim’ e ela cantou”, disse o produtor, em material para a imprensa.

Outros “queridos” do Timbre – e de Uberlândia – também voltam: o Porcas Borboletas e Arhtur Xará. De Uberaba tem a Black Pantera, presente em duas edições, assim como outro mineiro, Gabriel Conti.

Representatividade no palco e fora dele

Segundo a organização, o Festival Timbre reuniu em suas seis edições, entre 2012 e 2019, um público aproximado de 100 mil pessoas em 140 shows e chegou com o propósito de estimular a diversidade musical, social, étnica e de orientação sexual. o Timbre se orgulha de ser um “festival plural, com várias ações sociais, ambientais e programações gratuitas. O festival desde 2018 vem cumprindo o compromisso de ter pelo menos 50% da line-up de mulheres, 50% da line-up de artistas mineiros, além da presença obrigatória de artistas negros e LGBTQIA+. Em 2019 mais de 80% da equipe de produção do festival foi composta por mulheres”.

No domingo, noites de encerramento do festival, uma das artistas a se apresentar é a cantora baiana Natania Borges, artista trans, radicada em Uberlândia, que convidará o rapper Vaine, outro artista que também escolheu Uberlândia como seu segundo lar.  

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL TIMBRE ONLINE

SEXTA (17/09)

19h no Instagram

Atividade: Pitching de Artistas para Festivais

Participantes: Curadores dos Festivais: Gabriel “Bibi” (Festival Timbre), Bell Magalhães (Festival Sarará), Bina Zanette (Santa Produções), Carol Morena (Festival Radioca), Guilherme Tavares (Festival Favela Sounds), Gutie (Festival Recbeat) e Luciana Simões (Festival BR135)  + 10 Artistas selecionados via edital

SÁBADO (18/09)

18h no canal do YouTube Festival Timbre

Atividades: Shows, entrevistas e um pouco da História do Festival Timbre

Participantes: Porcas Borboletas, Gabriel Gonti e Black Pantera

DOMINGO (19/09)

18h no canal do YouTube Festival Timbre

Atividades: Shows, entrevistas e um pouco da História do Festival Timbre

Participantes: Natania Borges convida Vaine, Arthur Xará, Elza  Soares e Renegado

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