Documentário sobre Tina Turner mostra os bastidores de uma história de sucesso e dor
Tina Turner abriu seu arquivo, sua casa, seu coração e sua alma para um documentário que tem sido sucesso nessa temporada, em cartaz no canal HBO e também disponível pelo HBOGo. São quase duas horas que você vai passar imerso na história dessa cantora de origem suíça nascida nos Estados Unidos. Mas você não vai perceber o tempo passar e quando começarem a rolar os créditos terá aquela sensação de que queria um pouco mais.
Os diretores Dan Lindsay e T.J. Martin tiveram acesso a um acervo até então inédito da artista tanto da vida pessoal quanto profissional e quando Tina fala, sempre que ela entra em cena é, como já era no palco, impossível desviar os olhos ou não ouvir com mais atenção. Em um momento no documentário ela pergunta: “Você está pronto pra mim?”
E o espectador pode pensar que está, mesmo assim, a narrativa escolhida pelos diretores consegue transformar essa história de lutas, derrotas, vitórias e redenções em um documentário digno de sua estrela que não teve uma criação muito amorosa. Era dislexa, mas não sabia. Quando começou a trabalhar foi de empregada doméstica a auxiliar de enfermagem sem nunca deixar de lado a paixão pela música. Ela começou a cantar no coral da igreja que frequentava.
Tina conta como chegou a realizar o seu sonho de ser uma estrela do rock, como chegou a lotar lugares que antes eram lotados pelos Rolling Stones e o que isso lhe custou. Com uma vida antes do estrelato já exposta à violência e ao abuso – a mãe de Tina Zelma, deixou o pai dela, Floyd, pelo comportamento violento dele – a cantora encarou esse fantasma novamente em mais de um casamento.
Quando se juntou a outro artista, Ike Turner, o que enchia os olhos do público no palco não refletia o que se passava entre quatro paredes durante o relacionamento que foi de 1960 a 1978, quando ela pediu o divórcio. A cantora relata as dificuldades em sair de um relacionamento abusivo e sua força vem de alguém que saiu dos campos de algodão como uma mulher forte e foi o que prevaleceu e a partir do momento que ela decidiu que ninguém a agrediria novamente outra história começa.
Sobre o fim do relacionamento com Ike ela conta: “No divórcio eu saí sem nada. Sem dinheiro, sem casa. Então eu disse: vou levar só o meu nome”. Nascida Anna Mae Bullock em 26 de novembro de 1939, Tina Turner foi o nome escolhido por Ike.
As lembranças são dolorosas e Tina não se importa em expor essas feridas. É como se, a partir delas, ela inspirasse ainda mais pessoas. Além da violência a que foi exposta, problemas sérios de saúde, a perda de um filho, ela segue protagonista da sua história.
Entre os entrevistados que dão depoimentos para o documentário estão Angela Bassett, Oprah Winfrey, o jornalista Kurt Loder, o dramaturgo Katori Hall e o marido de Tina, Erwin Bach. Vale a pena conferir! Se você é mais adepto da literatura vale a pena ler “Tina Turner – Minha história de amor”, lançada no Brasil em 2019 pela editora BestSeller. A segunda autobiografia de Tina marcou seus 80 anos. A primeira foi “I, Tina” (1986).
YOUTUBE
Tina Turner é destaque no quadro “A mulher à frente da música”, minha parceria com a apresentadora Veridiana Daia em seu “Programa da Veridiana”, com episódios quinzenais que abordam o universo feminino YouTube.
DISCOGRAFIA TINA TURNER
Tina Turns the Country On! (1974)
Acid Queen (1975)
Rough (1978)
Love Explosion (1979)
Private Dancer (1984)
Break Every Rule (1986)
Foreing Affair (1989)
Wildest Dreams (1996)
Twenty Four Seven (1999)
Beyond: Buddhist and Christian Prayers (2009)
Children Beyond (2011)
Love Songs (2014)
Love Within: Beyond (2014)
Awakening Beyond (2017)