Maximus continua com a magia do circo em Uberlândia até dia 13
O corpo se equilibra em uma corda bamba em cima de um triciclo; o corpo se enrosca no pano, se desprende e por alguns segundos voa. Cinco corpos em cima de motocicletas se movem dentro de um globo. Ao mesmo tempo. É algo fantástico! E o melhor de tudo, ao vivo, em cores, diante dos olhos de dezenas de crianças, algumas pela primeira vez no ambiente circense. Ali, sem nenhuma tela como intermediária os olhinhos delas brilhavam a cada movimento.
A trupe do Circo Maximus fica em Uberlândia até 13 de março. Uma temporada a se celebrar. O Uberground acompanhou uma das apresentações no picadeiro armado no estacionamento do Uberlândia Shopping. A arquibancada cheia, mãozinhas pequenas empolgadas aplaudem os artistas do circo ao final de cada número. Neste momento, é possível perceber que a criança entende que ali ela também pode ser protagonista porque o show não é o mesmo sem o aplauso, sem a gargalhada, sem aquela carinha espantada diante do inacreditável diante dos olhos.
Essa é uma temporada a se celebrar. Depois de quase dois anos sem viajar, o Maximus, que surgiu em Londrina (PR) há cerca de 30 anos, 12 deles com esse nome, voltou a viajar. Com o avanço da vacinação e a manutenção de algumas medidas sanitárias como álcool em gel espalhado em pontos estratégicos e uso de máscara obrigatório para a plateia, a família circense voltou para a estrada. Denílson Fagundes, diretor da filial 2, que está em Uberlândia, conta que a família Maximus é da linhagem dos Linguiça, do Paraná, um dos mais antigos do país. Hoje, são cerca de 12 companhias viajando pelo Brasil.
“Nós temos, nesta filial, cerca de 40 pessoas envolvidas no espetáculo, entre crianças e adultos. A gente não sabe fazer outra coisa. Nosso trabalho é fazer as pessoas darem risada, se divertirem. A pandemia afetou muito a gente. Procuramos o que fazer, nos viramos para sobreviver vendendo bolas, maçãs do amor”, comenta Fagundes.
As vendas continuam, mas agora elas voltam no intervalo dos espetáculos. A vida de artista circense não tem estrelismo, no circo, todos atuam em várias frentes. O mesmo motoqueiro que está no Globo da Morte, o palhaço/cantor Sarafina, a contorcionista que voava pelos ares, o palhaço Lelequinho, o integrante mais jovem a se apresentar naquela sessão, que também ajuda na iluminação quando não está no picadeiro… Todos podem ser vistos na arquibancada vendendo balões, churros, pipoca…
Eis mais uma lição que o circo pode ensinar às suas crianças. Converse com elas antes da sessão. Elas precisam saber que a diversão não está necessariamente ligada ao consumo, se você pode comprar, compre, se não, explique. Fale sobre preços e valores. Elas estão tão acostumadas a terem produtos oferecidos durante anúncios de TV ou quando jogam no celular que vão entender. O preço do ingresso e dos produtos ajuda a manter as famílias do circo, os artistas e todos que trabalham nos bastidores, mas a participação delas, as palmas, a interação com o espetáculo não têm preço, a atenção que elas são capazes de dar durante aqueles 90 minutos desconectadas de eletrônicos configuram uma experiência única de empatia.
SERVIÇO
O QUE: Circo Maximus em Uberlândia
QUANDO: até 13 de março
LOCAL: Estacionamento do Uberlândia Shopping
SESSÕES: 16h, 18h e 20h
CLASSIFICAÇÃO: Livre
DURAÇÃO: 90 minutos aproximadamente
INGRESSOS: Setor Lateral: infantil R$ 15, adulto R$ 30 / Setor Central: infantil R$ 20, adulto R$ 40 / Setor Camarote: Infantil R$ 30, adulto R$ 60. Disponíveis na bilheteria do Circo ou aqui.