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Capital Inicial Por Adreana Oliveira

Capital Inicial cativa o público uberlandense mais uma vez, agora na turnê “4.0”

Capital Inicial durante show em Uberlândia na última sexta-feira (24)

São poucas as bandas brasileiras que chegaram à marca dos 40 anos de carreira, ainda na estrada, não virando uma cópia de si mesma, sobrevivendo a modinhas, a anunciada “morte” do rock e enchendo ginásios de shows. Na estrada com a turnê “4.0” a banda Capital Inicial está ancorada em um número gigantesco de hits que vão se reconfigurando através das décadas.

O álbum “Capital Inicial 4.0” celebra essas quatro décadas é uma prova disso. O trabalho apresenta o Capital para uma nova geração. Foi gravado ao vivo e lançado no ano passado  com convidados especiais como Samuel Rosa, do Skank, a baiana Pitty, a mineira Marina Sena, Ana Gabriela, Carlinhos Brown e Vitor Kley.

A tour passou por Uberlândia na noite de sexta-feira, 24 de março, em um final de semana especialmente movimentado em uma das maiores cidades mineiras. A noite contou com o DJ Raul Neto e o show de abertura foi em grande estilo, com a banda Venosa (leia mais aqui).

Em publicação no Instagram, o Capital classificou o show como “incrível, animal”. Em cada cidade são feitas ações que levam os fãs pra mais perto do espetáculo, como a pequena Isa, jovem baterista que cantou todas as músicas e ganhou uma palheta do Dinho.

Capital Inicial canta “O Mundo”, em show na cidade de Uberlândia (Adreana Oliveira)

Uma versão mais reduzida desse show foi acompanhada pela jornalista no Metrópoles Music no ano passado, tocando em casa, foi uma outra atmosfera (leia aqui). Por isso Dinho Ouro Preto fez questão de falar do quanto é importante a troca que se dá entre banda e plateia. É essa a troca que faz com que cada noite traga detalhes únicos pela junção de diferentes histórias presentes num mesmo espaço.

Algumas noites são mais especiais que outras

Dinho Ouro Preto

Na frase acima o vocalista Dinho Ouro Preto fez uma adaptação de “Todas as noites” para comentar sobre como Uberlândia é uma cidade especial para o Capital Inicial, onde vieram com quase todas as turnês e onde assistimos em primeira mão, em 1999, uma prévia do que viria a ser o “Acústico MTV – Capital Inicial” (2000).

“A gente sempre gosta de vir pra cá, vocês têm uma energia incrível, lembro dos shows no London e depois continuamos voltando. É sempre muito bom estar com vocês”, disse ele que também afirmou que os maiores fã-clubes do Capital sempre estiveram em Minas Gerais.

A música “Kamikaze” foi a mais votada pelos fãs para entrar no setlist da noite que começou com Insônia e terminou com “Mulher de Fases”, em homenagem ao baixista Canisso, da banda Raimundos, que faleceu no dia 13 de março.

Capital Inicial canta “Mulher de Fases”, dos Raimundos, em homenagem a Canisso (Adreana Oliveira)

Mas entre a primeira e a última música foi uma avalanche de hits que impactaram diferentes gerações. De “Veraneio Vascaína” composição de Fê Lemos e Renato Russo na efervescente Brasília do início dos anos 80, passando por power ballads como “Tudo que vai”, “Fogo” e colocando a galera pra dançar e cantar os versos de “O Mundo”, “Passageiro” e, claro “Primeiros Erros”, de Kiko Zambianchi, uma das responsáveis por fazer o capital renascer pro mundo naquele acústico lançado em 2000.

O show, promovido pela BConcerts, teve um público estimado de 3 mil pessoas. O Capital já tocou também no estádio João Havelange, no Triângulo Music, na Acrópole, mas o show de 1999 no London Pub, com um público que não passava de 500 pessoas, tem um lugar especial principalmente no coração de Dinho, do baterista Fê Lemos e do baixista Flávio Lemos.

Na época, a formação ainda contava com Loro Jones na guitarra. A banda tinha acabado de fechar com a MTV a nova produção, estava em um ótimo momento e o que veio depois os fãs já sabem.

Na tour “4.0” o Capital Inicial celebra a própria história de resistência e resiliência em um país onde se viver de arte e para a arte ainda parece ser mais encarado como um pecado do que como uma benção. A base do Capital Inicial é Dinho & Fê & Flávio, que passou a contar com o guitarrista Yves Passarell em 2001, depois da saída de Loro Jones, e nessa turnê ganha o reforço de Fabiano Carelli na segunda guitarra e o tecladista Nei Medeiros.

Se essa turnê, que começou no Rock in Rio no ano passado, passar pela sua cidade, não deixe que ela passe por você, permita-se viver a experiência que só a música ao vivo pode te proporcionar sozinho ou ao lado de amigos que a música trouxera pra você porque no fim das contas, é sobre isso.

Vale registrar também a direção artística e visual de Batman Zavareze e projeto de iluminação de Césio Lima que tornam o show visualmente ainda mais bonito.

Veja a galeria de fotos do show do Capital Inicial aqui.

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