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‘Sou Mais Batera’: Um encontro musical que une gerações a cada nova edição em Uberlândia

Crianças e adultos participaram do show na noite de quarta (Foto: Valter de Paula/Secom PMU)

Foi por pouco. A 6ª edição do “Sou Mais Batera” quase atingiu a marca de 500 músicos na esplanada do Teatro Municipal de Uberlândia, número que era a expectativa inicial quando a data do grande encontro foi divulgada em meados de julho. A noite desta quarta-feira (28) reuniu 488 músicos, sendo mais da metade deles bateristas. No entanto, esse “quase” não tirou o brilho do evento, já muito aguardado no calendário anual da cena cultural uberlandense.

O Uberground acompanhou parte da apresentação da Big Rock Band, que foi precedida por shows da BR Blues Band e Sideral & Tropical Blues. Nas proximidades do Teatro Municipal de Uberlândia, por volta das 21h, os carros estacionados já indicavam o sucesso de público.

O caráter inclusivo do festival, que neste ano contou com participantes de 3 a 80 anos de idade, segundo os organizadores, é um ponto de destaque, principalmente porque não é fácil tirar famílias inteiras de casa numa noite de quarta-feira, em pleno auge do ano escolar.

A secretária de Cultura e Turismo de Uberlândia, Mônica Debs, também musicista, fez uma breve fala destacando como a música pode transformar vidas, assim como as outras artes, e como é importante que essas experiências sejam acessíveis a todos. Festivais como o “Sou Mais Batera” ajudam não só músicos profissionais, mas também futuros artistas, engenheiros, matemáticos, sociólogos e administradores.

Mônica Debs também lembrou que este é apenas um dos muitos projetos incentivados pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC), que todos os anos recebe propostas de diferentes áreas artísticas, permitindo que os selecionados realizem projetos antes guardados na gaveta.

Após o discurso da secretária, o idealizador do projeto, Alex Mororó, baterista e professor, deu as últimas instruções para sua maior turma até hoje. Ele comentou sobre os fones de ouvido que todos puderam usar durante o evento e chamou, a partir dos bateristas, todos os músicos que compunham esse “tapete musical” na esplanada: baixistas, tecladistas, guitarristas, e, desta vez, a Big Rock Band contou com o reforço de instrumentos de sopro, violões e ukuleles.

Big Rock Band fez um show de uma hora com 488 músicos em Uberlândia (Foto: Valter de Paula/Secom PMU)

Os vocalistas ficaram em uma área entre o palco e a esplanada, e a maior parte das músicas foi cantada por um grande coral, começando com a abertura de “You Shook Me All Night Long“, do AC/DC. Entre os vocalistas convidados, o primeiro a subir ao palco foi o sertanejo Leo Chaves, que aproveitava a oportunidade para ver o filho, que também tocou nessa noite. A música escolhida para ele foi o clássico “Have You Ever Seen The Rain”, do Creedence Clearwater Revival.

Por todos os lados, pessoas cantavam, dançavam, balançavam crianças mais novas nos carrinhos de bebê, colocavam as mais velhas nos ombros, ou acompanhavam confortavelmente em cadeiras dobráveis trazidas de casa, ou até mesmo do lado de fora da área do teatro, ajeitadas sobre bicicletas.

Com o evento ganhando proporções maiores a cada ano, o “Sou Mais Batera” deve contribuir também para a formação de fãs mais críticos. Orquestrar um evento desse porte não é tarefa fácil; vale lembrar que as inscrições foram abertas pouco mais de um mês antes do evento. Algo pode não sair como planejado: um áudio que deveria ser ouvido apenas pelos fones acabou sendo transmitido pela arena durante a introdução de “Seven Nation Army” (White Stripes), que emendou com “The Best”, de Tina Turner, interpretada por Juliana Gomes.

Porém, sabemos que o melhor da música, o melhor desse espírito rock and roll que é a alma do “Sou Mais Batera”, está longe de ser a perfeição — é a colaboração. Precisamos nos lembrar mais disso.

Foto da capa: Adreana Oliveira

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