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MEU FUNERAL BY KARYME FRANÇA

Banda carioca Meu Funeral faz primeiro show em Uberlândia no domingo e Uberground traz uma entrevista exclusiva com a banda

Pepe, Luquita, Dan e Tent: Meu Funeral (Foto: Karyme França)

O espírito do punk rock, do hardcore é contestador, cheio de atitude e peso. O espírito do pop rock vem cheio de leveza porque fazer música também tem que ser divertido. A banda carioca Meu Funeral é um exemplo de como essa mistura pode ser interessante. Se você não conhece, recomendo que assista ao videoclipe da música “Meu Funeral” e ouça com atenção. É possível que algumas horas depois você se pegue cantarolando “Porque eu vou/ eu vou/ pro inferno eu vou/ parara tibum”. A banda faz sua primeira apresentação em Uberlândia no domingo (18), em evento realizado pelo Coletivo Capivara Rock na Cervejaria Benedith.

As músicas da Meu Funeral oferecem “pop para quem gosta de rock e rock para quem gosta de pop” e apesar da irreverência e humor que predominam nas canções, o trabalho é sério. Principalmente em semana de estreia. A entrevista para o Underground foi feita na segunda-feira (12), geralmente dia em que o artista está de folga, no merecido day off depois de um final de semana tocando. Não o Meu Funeral…

“Hoje às nove horas da manhã estava todo mundo de pé, fizemos o nosso ensaio geral pro show daí, pros shows do final de semana. Foi ensaio mesmo, tipo ‘banda de verdade’, simulando palco, retorno, todo mundo virado pra um lado só. Não é sempre que a gente faz isso não, mas o show de vocês merecia esse carinho, esse cuidado”, conta o baixista Dan Menezes.

Dan, o vocalista Luquita, o guitarrista Pepe e o baterista Tent estão ansiosos para chegar ao Triângulo Mineiro, mas antes têm agenda em Brasília, na quinta (15) e em Goiânia na sexta (16). No repertório, entre outros singles, músicas de “Modo Fufu” (Universal Music, 2021) e  “Tropicore hardcal” (Universal Music, 2022), gravados na mesma época Universal Music, eles definem o primeiro como um pouco mais cru, e o segundo é mais elaborado, mais trabalhado. “Ele tem mais camadas, mais instrumentos e uma sonoridade um pouquinho mais pop que é a trajetória que a gente de por um lado se impõe e por outro é algo que naturalmente acontece”, disse Luquita.

O videclipe da música “Meu Funeral” está perto de meio milhão de views (Reprodução YouTube)

Alerta de spoilers, pule para o próximo parágrafo caso queira evitá-los. O Meu Funeral está prestes a lançar um álbum e os shows dessa semana trarão novidades. “É uma honra pra gente levar para o Triângulo Mineiro essa pré-estreia em que a gente vai abraçar mais ainda brasilidades, elementos do pop e coisas que não são necessariamente de onde a gente veio, de punk, HC e rockão. Nesses shows, pela primeira vez, vamos usar uma bateria eletrônica, recursos de efeitos que nunca usamos. Vai ser uma doideira colocar isso e encaixar isso na nossa explosão”, adiantou o vocalista.

A Meu Funeral ainda batalha para conseguir mais espaço no rádio, que para eles representa um selo de qualidade. “Temos conseguido um espaço crescente, o que muito nos orgulha, mas o streaming é a grande força do mercado fonográfico. O rádio é ainda uma grande conquista, mas ainda não temos uma música que toque direto, por isso o dia a dia do nosso trabalho é voltado para o streaming mesmo”, comentou Luquita.

PARADA FORÇADA

A banda Meu Funeral estava em um momento efervescente quando a pandemia veio e alterou os planos de todo mundo. Dan explica que uma estratégia acertada da banda foi desenvolver a Fufu TV. Se mantiveram ocupados, não piraram e conseguiram sobreviver e aumentar o público mesmo sem o principal: apresentação ao vivo. 

“Em 2022 estávamos muito inseguros quando começamos a fazer os shows. Foram 36 apresentações em várias cidades. Pra gente, que só havia tocado na região metropolitana do Rio, foi uma surpresa viajar tanto e ver as pessoas cantando as músicas,  usando camiseta da banda. E quando esse momento chegou foi muito bonito aglomerar de novo, trocar ideia com o pessoal na banquinha de merchandising, estar com a galera na boca do palco, é pra isso que a gente tá aqui, é pra isso que nosso coração bate. É o que queremos agora: show, palco, estrada ” afirma Dan.

TRIÂNGULO MINEIRO

Dan Menezes disse que o flerte com Uberlândia começou faz algum tempo e está muito agradecido à produção que vai trazê-los à cidade. “Sei que o Coletivo Capivara Rock faz um trabalho muito legal na cidade não só para o rock, mas para a cena cultural da cidade e esse é um trabalho imprescindível para as bandas”.

O baixista tem boas referências da cidade, em termos de logística e desenvolvimento, mas, quando o assunto é artista, lembra dos “mais famosos” como o cantor e compositor Alexandre Pires e o cantor e ator Lucas Lucco (natural de Patrocínio, radicado em Uberlândia). 

A coisa muda de figura quando o assunto é Triângulo Mineiro. Dan é fã do Black Pantera, de Uberaba, que em abril tocou no mesmo palco em que eles se apresentarão no domingo. “Que honra. Seria muito legal se eles estivessem na cidade no dia”.  Também admira o baterista uberabense Jean Dolabella, atualmente no Ego Kill Talent, que já passou pelo Sepultura e Diesel/Udora. “Eu tenho ouvido muito a galera do Uganga. Que banda maravilhosa. Acho que a água daí tem muito metal”, brincou Dan

“E além desses artistas que admiro, todo mundo que eu conheço e já passou por aí diz que é uma cidade com gente muito boa. Estou feliz de finalmente encontrá-los, espero todo mundo no show junto com as bandas da cidade que se apresentarão no mesmo dia”.

Uberlândia estará bem representada com o punk rock do Pulmão Negro, o hardcore do Attero e a surf music instrumental do trio Light Strucks.

Black Pantera e fãs no final do show de abril em evento do Rock Aid na Benedith (Adreana Oliveira)

O COLETIVO

O Coletivo Capivara Rock iniciou suas ações em março de 2022, com o festival “Rejunta”, em parceria com a Cena Cerrado. Por quase um ano produziu as “Quintas Autorais”, no Vinil Cultura Bar. Essa iniciativa surgiu com o objetivo de, em um cenário pós-pandemia, reunir novamente a cena underground de Uberlândia. A aceitação do público superou as expectativas e o coletivo cresceu mais do que o esperado em um ano e meio.

“Atualmente na administração do Coletivo estamos em oito pessoas, mas temos uma gratidão enorme por todo mundo que está fortalecendo o corre junto com a gente. O Toka Estúdio Astral na estrutura, as cervejarias Benedith e Fábrica 5 abriram as portas pra nós e muita gente empresta equipamento, compartilha os eventos e amplia nossa voz”, disse Inaê Lavor, uma das integrantes do coletivo.

Inaê comenta ainda que os eventos que têm reunido bandas de Uberlândia e outros estados trazem um sentimento de gratidão tanto pelo público quanto pelos artistas.

“Como somos uma organização voluntária e independente, ficamos limitados ao que é possível financeiramente. O objetivo de 2024 é captar recursos para ampliar mais os acessos à cultura underground”. 

A imagem da “capivara roqueira” usada na logo do coletivo foi criada pelo artista e tatuador mineiro Leandro Pereira. “Nós queríamos algo que nos resumisse e criasse uma conexão com nosso público também. A imagem da ‘capivara roqueira’ acabou ficando e virando parte da nossa marca”.

SERVIÇO

O QUE: Meu Funeral Tour 2023
SHOWS: Attero | Light Strucks (UDI) |  Meu Funeral (RJ)| Pulmão Negro (UDI)
QUANDO: domingo (18/06)
HORÁRIO: a partir das 16h
LOCAL: Cervejaria Benedith (Av. Getúlio Vargas, 2.100, Daniel Fonseca)
INGRESSOS: R$ 20 (antecipado no Sympla) ou R$ 30 (na portaria)
CLASSIFICAÇÃO: Livre (menores deve estar acompanhado por um responsável legal)
MAIS INFORMAÇÕES: Coletivo Capivara Rock

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