Luciana Tibúrcio compartilha uma jornada de dor, amor e principalmente autoconhecimento
Se você ler rapidamente o título, talvez leia “lavaram” no lugar de “levaram”, mas o livro merece um pouco mais de atenção a partir do título: “As Lágrimas Que Lavaram Meu Pânico”. Neste livro, Luciana Tibúrcio escancara a convivência com a síndrome do pânico.
E, sem spoilers, deixa claro que essa condição que traz a alcunha de doença mental, não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento certo, uma rede de apoio e medicação.
Não existe uma fórmula milagrosa, não basta apenas ter força de vontade porque as lágrimas virão, elas não levarão o pânico para sempre mas podem lavá-lo para longe. Bem longe. A autora, também, logo de cara, explica que este não é um livro de autoajuda, a não ser para ela mesma, é um livro de autoconhecimento.
Com graduação em Direito, com atuação na área do Direito Previdenciário, e Comunicação Social, tendo atuado por muitos anos como jornalista, Luciana Tibúrcio deixou as escritas, e a poesia, guardadas com ela por muito tempo até este primeiro livro, concluído durante a pandemia.
Os leitores acompanharão diferentes fases da vida de Luciana, não exatamente na ordem cronológica, mas as linhas bem costuradas darão um panorama do que despertou a Síndrome do Pânico, os traumas da infância, as palavras que lá atrás machucaram e continuaram a reverberar na vida adulta.
Para Luciana, o todos os momentos foram difíceis de revisitar, alguns mais “custosos” do que outros.
Os relatos das crises de pânico só foram escritos depois de terminado o livro. Fui inserindo-os pouco a pouco. Por serem tão viscerais, não consegui descrevê-los de uma só vez, só na primeira revisão. Várias foram necessárias. O capítulo sobre meu filho também. Foi extremante complicado reviver toda aquela angústia. Não sei se conseguiria ler novamente… Por outro lado, a escrita sobre minha mãe me enterneceu e me acalenta até hoje. Foi como se conversasse com ela e sentisse todo amor que ela tem por mim. Ainda o é…
O que aprendemos? Aprendemos que crianças podem ser cruéis, que nossa dor não nos faz melhor ou pior do que ninguém, que o julgamento fere e que não somos imunes a falha alguma.
Você tem diagnóstico ou imagina que possa ter ansiedade ou síndrome do pânico esse livro pode te ajudar? Sim, caso tenha disponibilidade para se abrir para a mensagem.
Você acredita não ter nenhum desses problemas, deve ler? Talvez sim, porque alguma coisa nessa história pode ajudar você ou alguém que você conheça porque a essência de “As Lágrimas Que Lavaram Meu Pânico” é o compartilhamento do bem.
Nascida em Patos de Minas, no interior de Minas Gerais, optou editorialmente por não citar nomes, nem de lugares, nem de pessoas. Foi uma decisão pensada, a princípio, para respeitar e preservar aqueles que fazem parte desta história, mas que não decidiram expô-la como a autora escolheu fazer.
Mas ao escrevê-lo, percebi o quanto esta não nomeação de pessoas fez com que a narrativa pudesse ser apropriada pelo leitor, para que este se sentisse totalmente imerso no meu mundo. Afinal, somos todos humanos e minha história não difere muito da de muitos que estão em busca do que são, em essência, da superação dos desafios da vida. A identificação comigo, creio eu, acabou se tornando mais profunda assim, o que permitiu que muitos se emocionassem com sinceridade no decorrer da leitura”.
A AUTORA
Para quem conhece um pouquinho Luciana Tibúrcio, o primeiro livro não foi uma surpresa em si. Afinal, a escrita, a leitura a acompanham desde tenra idade. Era de se esperar que seu ressurgimento nas artes – a contar a passagem pelo balé – fosse por meio da literatura.
Advogada, jornalista, escritora, poeta, mãe, esposa, filha, irmã, amiga. Muitos são seus papeis, como de toda mulher, e tentar equilibrar tudo isso é um desafio que se não for bem coordenado, bem claro, é possível que faça adoecer.
A timidez que parece tê-la acompanhado desde sempre, não se foi por completo, mas a partir da literatura, deste livro, ela se permitiu aparecer um pouco mais e assim cumprir o que se propôs desde o início.
O livro foi lançado oficialmente, há quase um ano, em dezembro de 2021, em formato e-book e físico. Nesses meses que se seguiram, a autora participou de leituras e lançamentos, virtuais e presenciais, palestras, e bate-papos. Só por isso ela já considera que a estreia no mercado editorial foi um sucesso e os feedbacks bem mais intensos e surpreendentes que jamais poderia imaginar!
É difícil confiar que nossa história poderia interessar a alguém. Quase não publiquei meu livro por achar que nunca o leriam… mas que bom que o fiz. Ouvir de um leitor que seu livro o ajudou a refletir, a entender o que sente, mães que me relatam que conseguiram compreender seus filhos diagnosticados com síndrome do pânico. Vários que me disseram terem se emocionado com minha história. Perderia tudo isso se deixasse meu medo me engessar. Que bom que o publiquei”.
Melhor ainda para o leitor!
SERVIÇO
O QUE: Livro “As Lágrimas Que Lavaram Meu Pânico”
AUTORA: Luciana Tibúrcio
EDITORA: Casa do Escritor
PÁGINAS: 220
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