Uberground

A atriz mineira Débora Falabella não consegue se lembrar se já esteve em Uberlândia. “Posso estar cometendo uma gafe incrível, me desculpe, a memória não é mais a mesma depois dos 35”, brinca a atriz durante a entrevista para o Uberground.  Durante a semana, porém, ela estava a olhar fotos do Teatro Municipal de Uberlândia, onde no sábado (12) e domingo (13) se apresentará em “Love, love, love”, do Grupo 3 de Teatro, espetáculo que marca a retomada de grandes produções no espaço depois de quase dois anos fechados por causa da pandemia.

“É um teatro lindo, estou superanimada para conhecer ainda mais com esse espetáculo que também marcou nosso retorno aos palcos, com temporadas no Rio e em São Paulo e que tem feito tão bem a tanta gente”, disse a atriz.

No palco Débora tem a companhia da atriz Yara Novaes e Gabriel Fontes Paiva – que fundaram o Grupo 3 em 2005 –  e ainda Alexandre Cioletti, Eric Lenate e Mateus Monteiro. “Love, love, love” teve indicação há 15 prêmios na temporada carioca e Yara foi eleita melhor atriz com o Prêmio Shell e Questão de Crítica. Pela direção, Lenate também foi contemplado com o Prêmio Shell.

O espetáculo apresenta o texto inédito no Brasil de Mike Bartlett, autor britânico que chamou atenção do Grupo 3. Este é o segundo texto de Barlett adaptado por elas, o primeiro, “Contrações” – premiado pela APCA, APTR, Questão de Crítica e Aplauso Brasil.

“O texto é recheado do humor britânico que apesar das diferenças em termos de lugares e realidades dialoga muito com a nossa realidade, afinal, estamos em uma sociedade capitalista o que mais marcou as primeiras temporadas foi a plateia que comentava conosco que o após o espetáculo continuavam a falar dele, isso é muito gratificante”, comentou Débora.

O título faz referência a um sucesso dos Beatles, presente em um show que marca a primeira época retratada no espetáculo que se passa no período de 1967 a 2014. A abordagem crítica traz os contextos políticos e sociais de cada época e como somos influenciadas e modificadas pelo tempo em que vivemos. Em texto de divulgação do espetáculo, Yara comenta: “O texto conta a história de uma família bem peculiar, mas está tratando do conflito geracional mais atual que poderia ser. É um texto político e também psicológico. É tudo junto como costumam ser as grandes obras”.

O casal que se uniu nos anos 1960 cheio de ideologias vive uma outra realidade nos anos 1990 e uma reunião familiar em meados dos anos 2000 traz um conflito de gerações e os filhos confrontam os pais. Débora comenta sobre a ambientação do espetáculo, figurino e trilha sonora que são uma atração a parte. “O L.P. Daniel trabalhou com músicas muito marcantes para cada época…eu que fui adolescente nos anos 90 me identifico muito com essa parte do espetáculo e creio que isso vai acontecer com o público em Uberlândia também”.

Débora deixa um convite para o fã de teatro uberlandense. “Espero vocês no Teatro Municipal, não só para o nosso espetáculo, mas para todos os outros que virão. Todos passamos ainda por grandes mudanças por conta da pandemia, que foi especialmente cruel para nosso setor. E finalmente poder voltar para estar no palco com vocês nos assistindo é o que faz tudo valer a pena”.

E quem for na sessão de sábado poderá aproveitar um bate papo com o elenco após a sessão. No domingo, a sessão será acessível em libras e contará ainda com descrição do cenário para portadores de deficiência visual.

SERVIÇO

O QUE: Espetáculo teatral “Love, love, love”

QUANDO: sábado (12) às 20h – com debate com o elenco após o espetáculo – e domingo (13) às 19hacessível em Libras e reconhecimento de cenário para portadores de deficiência visual

ONDE: Teatro Municipal de Uberlândia

INGRESSOS: R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) à venda na Inclusive Brechó – Avenida Cesário Alvim, 396 – Centro e pelo Megabilheteria

AS DELÍCIAS E OS DESAFIOS DE UM GRUPO TEATRAL BRASILEIRO

Débora Falabella cresceu no ambiente teatral. O pai, Rogério Falabella, é ator e diretor e de certa forma foi um grande incentivador da filha que começou a atuar em Belo Horizonte aos 12 anos de idade. Atualmente a atriz mora em São Paulo, mas sempre que possível volta à capital mineira para ver a família.

Com 30 anos de carreira, Débora coleciona papeis memoráveis também na TV, como Mel (“O Clone”), Nina/Rita (“Avenida Brasil”) e agora como Natalie na série “Aruanas”.

No cinema, pelo curta “Françoise”, de Rafael Conde, conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado e no Festival de Brasília, no longa “Dois perdidos numa noite suja” veio o prêmio melhor atriz também no Festival de Brasília.

Débora comenta que montar o próprio grupo de teatro é uma ótima experiência, porém, desgastante, dado o desmonte da cultura pelo qual o Brasil tem passado. “No grupo eu tenho a liberdade de escolher o diretor, pensar no roteiro, atuar como produtora e curadora. Temos uma cena muito rica no Brasil e precisamos preservar isso mesmo que seja uma missão difícil.

“O teatro é esse espaço de troca, de conexão entre plateia e público. É aquele tempo que você se desconecta de tudo e fica sem distrações, se permite ouvir o outro”.

A EQUIPE QUE FAZ O ESPETÁCULO

Duração: 140 minutos | Classificação: 16 anos | Gênero: Humor Ácido | Autor: Mike Bartlett |
Tradução: Maria Angela Fontes Frederico | Diretor Artístico: Eric Lenate | Elenco: Débora Falabella, Eric Lenate, Mateus Monteiro, Alexandre Cioletti e Yara de Novaes | Iluminação: André Prado e Gabriel Fontes Paiva | Trilha Sonora: L.P. Daniel | Cenário: André Cortez | Figurinos: Fabio Namatame | Direção Técnica: André Prado | Camareiro: Jô Nascimento | Palco: Dani Colazante | Operação de Som: Rogério Ferraz | Fotos: João Caldas | Assessoria de Imprensa e Produção Local: Carlos Guimarães Coelho e Maíra Pelizer –  Uberlândia na Rota do Teatro | Produção Nacional: Grupo 3 de Teatro e Contorno Produções | Gestão de Projeto: Luana Gorayeb | Direção de Produção: Gabriel Fontes Paiva | Produção Executiva: Jessica Rodrigues e Victória Martinez